Depois da estreia internacional pelo modesto Perugia, na temporada passada, Rosamaria mudou para o Casalmaggiore, time com ambições maiores na Itália. E com o status de ter sido uma das maiores pontuadoras do último Campeonato Italiano, encerrado antes dos playoffs por conta da pandemia do coronavírus. Foram 382 pontos marcados após 19 partidas, ficando atrás apenas de Camilla Mingardi, então no Brescia, com 405 pontos em 20 jogos.
Em alta, a brasileira falou ao Podcast “Jornadas das Estrelas” sobre a escolha de trocar o Brasil pela Itália e fez um balanço da primeira experiência na Europa.
– Essa temporada foi muito especial, foi a primeira fora do Brasil. Decidi chutar o balde e mudar tudo o que vinha fazendo. Decidi arriscar, queria jogar na Europa há alguns anos e ano passado foi a hora ideal para isso. Vim com a mente muito aberta e esperava muitos desafios. Decidi fazer tudo de uma só vez: vim ciente das dificuldades, como a língua e os diferentes tipos de treinamento. A gente nunca tem 100% de certeza, por mais que se prepare para isso – disse Rosamaria.
Na Itália, a brasileira passou a jogar apenas na saída de rede. Até então, nas últimas edições da Superliga, ela atuou como ponta e como oposto por Minas e Praia Clube.
– É difícil falar sobre, mas como oposta sinto que desempenho meu 100%. Vou jogar onde for preciso. Aumentar o leque nunca é demais. Joguei em time grande e Seleção como ponteira, mas me sinto mais à vontade como oposta e sou 100% feliz com a decisão que tomei – disse Rosamaria.
Nas últimas convocações para a Seleção, ela foi como ponteira. José Roberto Guimarães sempre ponderou que é preciso desenvolver no país mais jogadoras altas com bom passe, uma tendência internacional. Para Rosa, atualmente, disputar uma vaga na saída de rede é uma tarefa árdua. Tandara carrega o favoritismo para ser a titular da posição em Tóquio-2021. Lorenne ganhou espaço após a última Copa do Mundo, enquanto Sheilla ainda tenta recuperar espaço após ter voltado ao vôlei depois de três anos parada.
Na ponta, em tese com quatro vagas para a Olimpíada, Natália e Gabi são incontestáveis. No atual ciclo olímpico, Amanda e Drussyla foram as outras duas jogadoras mais utilizadas, uma vez que Fernanda Garay já não vem sendo convocada com tanta frequência.
– Quem sonha com Seleção sempre faz planos querendo voltar. Muito da vontade de jogar na Itália foi de ouvir o Zé falando das importâncias das ligas aqui fora. Isso ficou na minha cabeça. Vim passar por novas experiências, como a questão de jogar como oposta. Sei que a briga na Seleção é sempre fortíssima, e quanto mais eu conseguir agregar na minha carreira, mais isso vai ajudar na minha volta para a seleção – seja como ponteira ou oposta – analisou Rosamaria.