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Academia aborda o tema arbitragem no vôlei de praia

Maria Amélia Villas-Bôas, integrante do Comitê de Arbitragem da Federação Internacional (FIVB), participou da Academia do Voleibol
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A arbitragem no voleibol de praia foi o destaque na noite desta quinta-feira na Academia do Voleibol,  projeto da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) transmitido pelo Canal Vôlei Brasil. A palestrante da vez foi Maria Amélia Villas-Bôas, membro do Comitê de Arbitragem da Federação Internacional de Voleibol (FIVB), que falou sobre a evolução da representatividade feminina na área, e sobre o novo protocolo de assistência médica no vôlei de praia.

Com três décadas de atuação como árbitra, principalmente no vôlei de praia, e participações em três edições de Jogos Olímpicos, Maria Amélia trouxe um pouco da experiência acumulada na vasta carreira internacional. Para a apresentação, a convidada dividiu a palestra em dois blocos.

– Eu me formei no curso de arbitragem no mesmo ano em que a Federação Internacional oficializou o vôlei de praia, em 1986. Entre os 20 jogos que eu precisava fazer como estágio, os dois últimos foram de praia, e logo participei do primeiro mundial da modalidade, que foi realizado na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Dali em diante continuei participando de outros eventos internacionais e nacionais, até que, em 1994, eu fui convidada a participar do meu primeiro evento fora do Brasil – contou Maria Amélia.

Entre os marcos da carreira, Maria Amélia destacou a final do Mundial masculino em 1995, em Copacabana, no Rio, quando a final foi conduzida por duas árbitras pela primeira vez na história, entre elas, Maria. No ano seguinte foi realizada a primeira edição do curso internacional de arbitragem de vôlei de praia com chancela da FIVB. Com a especialização concluída, ela foi uma das quatro mulheres escaladas para a arbitragem da primeira participação olímpica do vôlei de praia, em Atlanta (EUA). Maria ainda voltou a outras duas edições: Pequim-2008 e Londres-2012 – sendo escalada para a final em ambas.

– Hoje eu vejo que abri as portas para as mulheres na arbitragem, temos muitos exemplos atualmente e com grande êxito. Antes do gênero, o que é preciso para ser bem sucedida na carreira é a determinação, conhecer as regras, estar sempre atualizado. Se a mulher quiser se tornar árbitra precisa estudar e amar o esporte – disse.

Na sequência do seminário, Maria Amélia contou os detalhes do novo protocolo de assistência médica no vôlei de praia. Pela regra recém implantada pela FIVB as paradas por questões médicas em uma partida serão divididas em duas categorias: Tempo Médico e Interrupção de recuperação. O tipo de parada vai de acordo com a natureza da ocorrência, seja por lesão, seja por questões de saúde em razão das condições meteorológicas. O jogador fica com a responsabilidade de decidir se tem ou não condição de retorno ao jogo. A duração do protocolo deve ser cronometrada e registrada na súmula. O atleta pode, inclusive, escolher se o atendimento será feito pela equipe médica oficial do evento, ou um médico particular da equipe.

O tempo médico é exclusivo para lesões significativas relacionadas ao sangue (cortes e sangramentos). Já a interrupção de recuperação é separada em três tipos: lesão traumática; doenças – especialmente em razão das condições climáticas severas; e uso dos banheiros. No entanto, cada atleta só pode pedir uma vez cada tipo de interrupção, e, no caso de doenças por condições climáticas e o uso dos banheiros o limite é de dois por atleta no período de 12 meses corridos.

– O tempo médico hoje é feito para ser utilizado em situações mais graves. Evitando o uso como forma de atraso do jogo. Por isso tantas novidades agora, isso tem como objetivo dar seguimento ao jogo. E o jogador também terá mais autonomia para pedir o atendimento adequado a cada tipo de ocorrência. Pudemos pôr em prática o novo protocolo na última etapa realizada em Aracaju (SE), em março de 2020 e os resultados foram satisfatórios, com ganho significativo no tempo de jogo – explicou.

 

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