Com o recente pedido de dispensa de Wallace na Seleção Brasileira – o campeão olímpico nos Jogos do Rio-2016 pediu um tempo para curtir a família e acompanhar a chegada da filha, prevista para nascer no final de outubro -, o oposto Alan deve assumir, naturalmente, o posto de titular do Brasil no Sul-Americano – entre os dias 10 e 14 de setembro, no Chile, e da Copa do Mundo do Japão, em outubro.
O técnico Renan Dal Zotto convocou outros dois jogadores na posição para treinar em Saquarema: Abouba, campeão da Superliga 2018/2019 com o EMS/Taubaté/Funvic, e a promessa do Fiat/Minas, Felipe Roque, de 2,12m.
Maior pontuador da última Superliga pelo Sesi-SP, e melhor oposto da competição, o carioca Alan, 25 anos, foi um dos protagonistas da bela campanha do Brasil na fase classificatória da Liga as Nações, quando a Seleção terminou na primeira colocação. Ele entrou em momentos decisivos dos sets e foi fundamental em vitórias de virada contra o Irã e contra a Argentina, ambas no tie-break, além de entrar em momentos pontuais de outras várias para virar bolas importantes.
Prestes a assumir a posição de titular da Seleção – se Renan mantiver a lógica das últimas escalações -, Alan conversou com o Web Vôlei sobre futuro, possibilidade de jogar no exterior, Seleção, Superliga, espelhos na posição e sobre já ter realizados um dos maiores sonhos da vida: o de ser pai. “Samuel é meu principal motivo de sempre querer melhorar. Quero mostrar pra ele que quando se quer algo tem que batalhar duro pra conseguir”, disse o oposto.
WEB VÔLEI – Como você avaliou a sua última temporada de clubes? Foi a melhor da sua carreira?
Pode se dizer que sim. A cada ano tenho sentido que estou evoluindo e a última temporada fui muito bem, mas sinto que ainda posso melhor muito mais.
WEB VÔLEI – O que pesou para a sua decisão de deixar o Sada/Cruzeiro na época?
Eu já me sentia pronto pra jogar e sabia que no Sada iria ser um pouco mais difícil de conseguir ser titular, então veio a oportunidade de ir pro Sesi e eu decidi sair pra ter mais oportunidade de jogo.
WEB VÔLEI – O que você acha que foi determinante para a perda do título da Superliga para o Taubaté?
A final foi muito disputada, foi para o quinto jogo e os dois times jogaram muito bem o último jogo. Naquele dia qualquer um poderia levar o título e infelizmente foram eles que levaram.
WEB VÔLEI – Pensa em jogar no exterior?
A gente sempre pensa em todas as possibilidades da carreira, então sim, penso, mas ainda acho que não está na hora disso acontecer. Talvez um pouco mais pra frente.
WEB VÔLEI – Como recebeu a convocação para a Seleção na Liga das Nações? Já era esperada?
Fiquei muito feliz. Como eu estava indo bem na Superliga já estavam especulando que isso iria acontecer, mas mesmo quando fiquei sabendo fiquei feliz e ainda mais motivado por saber que meu trabalho está sendo reconhecido.
WEB VÔLEI – Muitos falaram do seu entrosamento com o Cachopa vindo do banco da Seleção, resquício dos tempos do Cruzeiro. É verdade?
Eu e Cachopa já nos conhecemos há muito tempo. No Sada treinávamos todos os dias juntos então isso facilitou quando chegamos na seleção.
WEB VÔLEI – Como os mais velhos do grupo te receberam na Seleção?
Me receberam super bem, me adaptei ao grupo muito rápido.
WEB VÔLEI – Sem Wallace, provavelmente você será o titular no Sul-Americano e na Copa do Mundo. Está pronto para assumir o posto se for mesmo confirmado?
Se isso acontecer mesmo tenho certeza que vou dar o meu melhor pra ajudar ao máximo a seleção. Ainda tenho que aprender muito e esses campeonatos vão me ajudar a evoluir bastante.
WEB VÔLEI – Como é ser pai pela primeira vez?
Eu sempre quis ser pai, então quando fiquei sabendo da gravidez já fiquei louco de felicidade. Quando o Samuel nasceu foi uma emoção difícil de explicar, mas está sendo muito bom ter ele na minha vida. Samuel é meu principal motivo de sempre querer melhorar. Quero mostrar pra ele que quando se quer algo tem que batalhar duro pra conseguir.
WEB VÔLEI – Você acha que, pelas contratações, Taubaté é favorito ao bicampeonato da Superliga?
O Taubaté já estava com um time muito forte e se reforçou ainda mais, então com certeza é um dos favoritos, mas todos os clubes se reforçaram e podem chegar na final e ganhar esse título.
WEB VÔLEI – Quais as três seleções que o Brasil enfrentou na Liga das Nações que você considerou mais difícil?
Todos os jogos foram difíceis, mas Irã, Polônia e Estados Unidos deram bastante dor de cabeça pra seleção brasileira.
WEB VÔLEI – Como foi aquele 2 a 0 para a Bulgária e o match point para os búlgaros no 26 a 25 no terceiro set?
Foi uma sensação muito ruim. Estávamos vendo a vaga escapar pelas nossas mãos, mas aí que eu vi realmente a força da seleção. Ninguém desistiu, todos foram pra cima e com isso conseguimos a virada. Foi um dia que vai ficar pra sempre na minha memória.
WEB VÔLEI – Quais seleções chegam fortes para Tóquio-2020?
Com certeza o Brasil, Rússia, Estados Unidos, França e Polônia. Todas as seleções vão estar com sua força máxima para as olimpíadas.
WEB VÔLEI – Quais jogadores foram e são espelho para você na sua posição?
Quando eu era mais jovem não acompanhava muito vôlei, então acabei me espelhando mais nos jogadores da atualidade como Wallace, Theo, Evandro, Leandro Vissotto. Todos continuam jogando e eu continuo olhando e aprendendo sempre com eles.