Antes do Natal, o oposto Alan passou por uma cirurgia, em Belo Horizonte (MG). Ele sofria de uma lesão osteocondral no pé esquerdo. Segundo a literatura médica, o problema se caracteriza por “um defeito na cartilagem de uma articulação e no osso subjacente”. O problema forçou o brasileiro a interromper, semanas antes, a primeira experiência no vôlei internacional pelo Kuzbass Kemerovo, da Rússia.
Menos de um mês após a cirurgia, Alan conversou com o Web Vôlei sobre a recuperação. Ele revelou que usará a estrutura do Sesi, em São Paulo, a partir das próximas semanas, para seguir no processo de recuperação. Lá, ficará perto do irmão Darlan, curiosamente um dos candidatos a ocupar a vaga aberta pela ausência de Alan na Seleção.
Confira a entrevista com o oposto Alan:
– Você tem mostrado no Instagram alguns vídeos da fisioterapia. Como está sendo a recuperação?
A recuperação está sendo muito boa. Como ainda está no começo, em alguns dias então ainda não posso fazer muita coisa. Ainda estou estou fazendo mais exercícios com a borrachinha, sem botar peso no pé porque eu ainda não posso nem andar. Ainda estou utilizando muletas. Então, por enquanto, os exercícios estão bem tranquilos e todos eles eu posso fazer em casa.
– Qual a previsão dos médicos para você voltar a jogar?
A previsão certa a gente ainda não sabe, porque tem que ver aos poucos como vai ser a minha evolução. Mas é certo que eu não salto pelo menos por mais três meses. Eu vou ficar um bom tempinho parado, cuidando e dando prioridade à recuperação.
– Soube que você pretende seguir a recuperação, a partir do fim do mês, no Sesi. Como foi a negociação com o ex-clube para se tratar em São Paulo?
Sim, vou fazer a recuperação lá no Sesi. Não foi nenhuma negociação. Muitos clubes falaram que, se eu quisesse, poderia fazer recuperação com eles. Muitos clubes se ofereceram e eu acabei optando pelo Sesi porque meu irmão (Darlan) está lá. Como eu vou acabar ficando longe da minha família, da minha esposa, dos meus filhos, eu acabei optando pelo Sesi pois lá pelo menos eu fico perto do meu irmão, né? Perto da família fica mais fácil também para quando nossa mãe quiser visitar, já que os dois estarão em um lugar só.
– Se existe um lado bom nesta sua parada foi poder estar estar curtindo o segundo filho, recém-nascido. Tem sido uma forma de “ocupar a cabeça”?
Com certeza esse para mim foi o lado positivo de poder estar em casa com a família, com a minha esposa, com meus filhos e com o Cícero que é recém-nascido. Ele acabou de fazer um mês. Então eu pude participar do parto, pude participar desse primeiro mês de vida dele, que não conseguiria porque estava na época de jogos importantes. Para mim foi muito bom porque eu pude dar um apoio para a minha esposa mesmo não podendo fazer muita coisa por causa do pé, mas foi extremamente importante estar em casa nesse momento.
– 2022 é um ano importante para a Seleção por conta do Mundial. É o seu grande objetivo?
Eu acho que 2022 é um ano para eu focar em mim. Claro que eu quero fazer parte da Seleção Brasileira, ganhar títulos, mas eu quero focar em me recuperar e voltar ao nível que eu estava, porque essa lesão acabou vindo num momento inesperado. Todo atleta tem medo de, após uma cirurgia, não voltar 100%. Então eu quero focar bastante em mim e recuperar esse pé, voltar ao nível que eu estava e melhorar cada vez mais.
– Você, Abouba e Roque estão em recuperação de cirurgia. Wallace já falou algumas vezes não pretende mais voltar para a Seleção. Hoje, na sua opinião, quem são os principais opostos do Brasil em atividade?
Muitos opostos nessa última temporada se machucaram, né? Como você falou, Abouba, Roque e eu que são basicamente os três nomes que estavam ali à disposição do Renan na Seleção. Então ficam agora algumas vagas abertas. Mas o Brasil tem ótimos opostos. Poderiam ser o Rafael Araújo, Renan Buiatti, Franco, Darlan… Temos grandes nomes aí que ocupando essa posição não vão deixar o nível cair, com certeza.