Foi uma longa e complicada caminhada. A corrida olímpica de Alison em busca da vaga nos Jogos de Tóquio-2020 teve obstáculos e contratempos que quase o tiraram da disputa ainda bem cedo. A mudança de dupla (formou parceria com André Stein por quase um ano, até março) provocou queda no ranking internacional, além da necessidade de jogar country-cotas e qualifyings, torneios menores, aumentando o desgaste e as incertezas. Mas… Deu tudo certo.
Com o cancelamento oficial pela FIVB (Federação Internacional de Vôlei) da etapa de Fort Lauderdale (EUA, em janeiro) – conforme calendário anunciado nesta quarta-feira, dia 16 -, Alison e Álvaro Filho estão matematicamente classificados para as Olimpíadas do Japão, no ano que vem, e o ‘Mamute’ vai brigar pela terceira medalha olímpica (ouro no Rio-2016 e prata em Londres-2012).
– O último ano e meio não foi nada fácil, especialmente nesses últimos meses, por toda a pressão, pelo relógio que jogava contra a nossa dupla, que foi formada com a corrida olímpica em andamento, sem resultados… Tínhamos cinco meses para brigar pela vaga e não podíamos errar. Nosso time estava fechado, sabíamos que a única coisa a fazer era trabalhar forte e duro, com seriedade e vontade, fazer o melhor em busca dessa classificação. Receber a notícia da vaga é especial… Difícil explicar a sensação, o tamanho de felicidade com essa confirmação – afirmou o capixaba.
– Esse é o melhor sentimento que já tive na vida, o mais intenso de todos. Estamos vivendo isso, essa expectativa e esse objetivo, desde que começamos a parceria. É um sonho realizado – frisou Álvaro, que vai estrear em Jogos Olímpicos.
Padrinho
A união com o paraibano Álvaro Filho veio a partir de um ‘padrinho’: o campeão olímpico Ricardo Santos. O baiano abriu mão da parceria para que a nova dupla fosse formada. Atitude que surpreendeu a muitos, mas não a Alison.
– Poucos fariam o que o Ricardo fez. Sou muito grato a ele. Ele me deu a chance de disputar as Olimpíadas pela terceira vez e ao Álvaro a chance de realizar o sonho de ir aos Jogos. É um campeão com um coração enorme. A atitude dele foi nobre, foi de uma ‘grandeza sem tamanho’, um gesto que fica marcado para sempre e serve de exemplo para todos.
Depois de um começo de dupla de ajustes, para afinar entrosamento, Alison e Álvaro começaram a subir. Com bons resultados, como os títulos na Malásia (3 estrelas) e Portugal (4 estrelas) e os vice-campeonatos em Áustria (4 estrelas) e Rússia (4 estrelas), o time evoluiu até chegar ao topo da corrida olímpica brasileira para Tóquio-2020. Hoje, ocupa a terceira posição no ranking do Circuito Mundial 2019.
– Agora começa outro planejamento. Faltam dez meses para os Jogos e temos tempo para fazer uma boa preparação. Conquistamos o primeiro objetivo, a vaga para o Japão. O foco agora é chegar no melhor nível possível, em condições de jogar o nosso melhor vôlei nas Olimpíadas – comentou.
A última etapa do Circuito Mundial 2019 será entre 13 e 17 de novembro, em Chetumal (México), ainda válida pela classificação olímpica, mas nenhum resultado vai alterar a definição das duplas que vão representar o Brasil em Tóquio-2020. Evandro / Bruno Schmidt é o outro time classificado para os Jogos.
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