A poucos dias do início das disputas do vôlei de praia nas areias de Tóquio, três representantes do Brasil na modalidade participaram de uma entrevista coletiva virtual direto do Japão na manhã deste sábado. Ana Patrícia, Duda e Evandro falaram sobre a expectativa da participação olímpica, a ausência de público nas arquibancadas e os protocolos de segurança biológica.
A conversa com os jornalistas foi mediada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) com transmissão da TV Nsports. E logo no começo os três atletas comentaram sobre a decisão da organização do evento de realizar as disputas sem público presente. Duda lamentou não poder sentir a energia da torcida de perto, mas disse já estar adaptada a jogar nesta situação.
– É muito triste não ter torcida. Todos esperam este momento e o público é importante, traz aquele frio na barriga, uma energia a mais. Mas todo o cuidado é importante, os casos estão aumentando. Estamos acostumados já a disputar competições assim – contou Duda.
Com a experiência de já ter disputado uma edição olímpica em casa, Evandro concordou com a decisão de restringir o público.
– É um momento difícil que estamos passando. Vi fotos da arena e está linda, seria incrível se tivesse público. Mas é necessária a decisão, é um acerto dos organizadores – disse o jogador.
Em seguida os atletas comentaram sobre como estão a menos de uma semana da realização do sonho olímpico. Ana Patrícia disse que não há favoritas na disputa, já que o vôlei de praia mundial está nivelado por cima.
– Na minha concepção, todas as duplas classificadas aos Jogos têm condições de conquistar o ouro. É uma competição muito emocional. Não consigo dizer hoje quem tem mais chances, acho que todas têm. Se você analisar os últimos pódios do Circuito Mundial, há um rodízio grande. A modalidade evoluiu e o nível é muito próximo entre as duplas. Este é um evento diferente de todos – analisou Ana.
Campeã brasileira ao lado de Ágatha, Duda está confiante com o bom momento que vive ao lado da parceira, e sabe da importância que o voleibol de praia tem no retrospecto brasileiro nos Jogos Olímpicos.
– Acho que a responsabilidade é grande pelo histórico brasileiro na modalidade. Tem uma certa pressão, mas vamos tentar dar o nosso máximo, o nosso melhor. Vamos colocar em quadra todo o trabalho feito ao longo do ciclo olímpico. Eu e Ágatha estamos muito bem, preparamos nossa cabeça para esse momento – comentou Duda.
Evandro falou sobre a questão de saúde do parceiro, Bruno Schmidt, e garantiu que a dupla está pronta para o desafio olímpico.
– Tivemos alguns problemas recentes, uns sustos grandes. O Bruno ficou com um caso grave da covid, foi a pessoa próxima a mim que ficou muito mal. Mas foi só um susto, hoje ele está bem, fizemos um bom torneio na Suíça antes de chegar aqui. Nos acertamos, e isso foi primordial, deu um gás em nossa dupla, fizemos duas finais no brasileiro. Nossa autoestima está boa, vamos tirar o melhor dos dois – contou Evandro.
Os três também mencionaram a experiência na capital japonesa até o momento. Para Duda, a oportunidade é única e tem que ser disfrutada ao máximo.
– Estou aproveitando tudo. Estou me dedicando nos treinos, uma oportunidade incrível. A troca com os atletas de outras modalidades é muito bacana. Todos estão se sentindo acolhidos, estou aproveitando cada momento – disse a jogadora.
O vôlei de praia brasileiro estreia em Tóquio na próxima sexta-feira (23/7) com um jogo em cada naipe. Às 22h (de Brasília), Alison e Álvaro Filho enfrentam Azaad/Capogrosso, da Argentina. Em seguida, às 23h, Ágatha e Duda também enfrentarão uma dupla do país vizinho: Gallay/Pereyra. Evandro e Bruno Schmidt entram em quadra no sábado (24/7), às 23h, contra os primos chilenos Estaban e Marco Grimalt. Ana Patrícia e Rebecca jogam no domingo (25/7), às 23h, contra Makoha/Khadambi, do Quênia.