Ana Patricia e Rebecca, uma das duplas que vão representar o Brasil nos Jogos de Tóquio-2020 – as outras são Ágatha/Duda, Alison/Álvaro Filho e Evandro/Bruno Schmidt – foram destaque no site da FIVB, como o “time da semana” na plataforma da entidade máxima do voleibol mundial.
Elas só jogam juntas no Circuito Mundial de Vôlei de Praia desde 2017, mas já deixaram sua marca entre as principais duplas do planeta. Participaram pela primeira vez na etapa de Moscou, há três anos, e em pouco mais de um ano conquistaram sua primeira medalha, o ouro no Qinzhou e depois a prata em Yangzhou, no final de 2018.
Cinco anos separam Rebecca, 27 anos, 1,75m, e Ana Patricia, 22 anos, 1,94m. Antes de se unirem, o único sucesso de Rebecca veio quando ela e Liliane Maestrini conquistaram o bronze nos eventos de 2014 (Paraná, Argentina) e 2016 (Fortaleza, Brasil).
Já Ana Patricia foi marcada como uma futura superestrela depois de vencer os Campeonatos Mundiais de Vôlei de Praia Sub-19 e Sub-21 e os títulos dos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanjing-2014, ao lado de Duda – hoje parceira de Ágatha.
Elas começaram o ano de 2019 ganhando o ouro em Haia. Ana Patricia e Rebecca adicionaram mais ouro no Xiamen (4 estrelas), bem como uma prata e três de bronze antes do final da temporada. Então, para encerrar o ano, eles deixaram as finais do Tour Mundial de Vôlei de Praia da FIVB em Roma 2019 com outro bronze.
Mesmo que o coronavírus tenha adiado seus sonhos olímpicos, elas continuam confiantes em suas chances de sucesso quando Tóquio 2020 acontecer, um ano depois de suas datas originais.
– Estou muito grata por tudo o que aconteceu em minha carreira nos últimos dois anos e por tudo que Ana Patricia e eu construímos, mesmo que nosso objetivo principal, que é Tóquio, ainda esteja à nossa frente – disse Rebecca, em entrevista à FIVB.
– Sinto que a cada temporada, a cada torneio, ganho mais experiência e me sinto diferente depois. Este ano me sinto mais madura do que no ano passado e espero que no ano que vem seja igual porque as Olimpíadas estão chegando – completou.
Rebecca e Ana Patricia começaram 2020 conquistando mais uma medalha de ouro, desta vez no Brasil, quando derrotaram Talita e Carol Salgado por 2 a 1 (21-19, 19-21, 15-8) e conquistaram o ouro em João Pessoa.
Embora seus outros torneios tenham sido adiados ou cancelados, elas têm trabalhado com seu treinador principal Reis Castro e o preparador físico Oliveira Neto para garantir que continuem de onde pararam.
Para Rebecca, seu sucesso no vôlei de praia remonta ao seu crescimento na cidade litorânea de Fortaleza, mas para Ana Patricia não era tão certo que a praia teria um papel tão importante em sua ascensão.
Ana Patricia é natural de Espinosa, Minas Gerais, que fica a 500 quilômetros da praia mais próxima, mas é tamanho o impacto que ela causou que não seria surpresa se ela e Rebecca saírem de Tóquio-2020 com mais uma medalha para somar ao seu acervo.
– Foi amor à primeira vista, é a única maneira que posso definir. Quando entrei em quadra, sabia que era o ambiente que eu queria – disse Ana Patricia, em entrevista ao canal Olímpico.
– Quando comecei o vôlei de praia, não tinha ideia nem mesmo da base do vôlei, mas como já havia experimentado outros esportes, isso facilitou meu progresso. Foi muito bom porque encontrei pessoas muito empenhadas em me ensinar. Mas também foi difícil porque eu estava obviamente atrás de muitas outras jogadoras. Mas, concentrei toda a minha energia nisso e consegui aprender muito – completou a mineira.