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Ana Patrícia: “Não fui feita para ficar em casulo”

Semifinalista dos Jogos de Paris, Ana Patrícia se destaca por chamar a torcida e celebra o apoio de Duda dentro e fora das quadras
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A classificação para a semifinal dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 evidenciou um traço significativo de Ana Patrícia, que pode ser um poderoso trunfo na busca pelo maior feito da história da parceria com Duda. Após um início lento, em que a dupla das letãs Tina e Anastasija abrirem 6-0, a atleta chamou a torcida para o jogo e incendiou a arena montada em frente à Torre Eiffel. Tudo isso com muito orgulho.

A jogadoras voltam a jogar nesta quinta-feira (8/8) para a semifinal contra as australianas Mariafe e Clancy, vice-campeãs olímpicas em Tóquio 2020 e algozes de Bárbara Seixas e Carol Solberg nas oitavas de final em Paris. Se vencerem, garantem uma medalha, a única que falta na coleção.

– Eu tento me conter, mas é isso. Eu não fui feita para ficar em um casulo. E nessas horas eu saio dele. Tenho que fazer isso mais vezes, ser meio fora da casinha também – brincou a mineira de 26 anos.

Campeãs olímpicas da Juventude em 2014, Duda e Ana Patrícia vivem o sucesso da retomada da dupla. Atualmente, lideram o ranking mundial e mostram que são um dos times a serem batidos no cenário mundial. O projeto para os Jogos Olímpicos Paris 2024 reuniria duas promessas da base já com experiência olímpica e que, juntas, haviam representado o Brasil num evento multiesportivo com sucesso.

Desde o recomeço da parceria, Duda teve um papel de acolhimento. Premiada como a melhor jogadora do mundo em 2019, convidou Ana para resgatar a parceria e encontrou a parceira magoada após um mar de críticas diante da eliminação nas quartas de final, ao lado de Rebeca, em Tóquio 2020. A sergipana nunca duvidou do potencial da amiga.

– A Paty para mim é uma pessoa maravilhosa, dentro e fora de quadra. Eu nunca gostei desses holofotes. Óbvio que eu agradeço, mas sempre falo para ela: “Se enxerga, você é grandiosa”. Depois de tudo o que ela passou, desde a infância até os Jogos de Tóquio, em que ela saiu muito machucada e conseguiu reverter, não precisa provar nada para ninguém – disse Duda.

Ana Patrícia se destaca entre as melhores bloqueadoras dos Circuitos Brasileiro e Mundial desde a temporada 2017/2018. Brilhar no fundamento e fechar a passagem para as letãs foi fundamental na vitória por 2 sets a 0 desta quarta-feira, que selou a classificação das brasileiras para as semifinais.

Mas não foi apenas como um paredão junto à rede que Ana se destacou. Foi no seu serviço que a virada começou a ser construída na primeira parcial, se multiplicando também para ajudar nos contra-ataques, ora optando por recuar, ora recolhendo os braços e fazendo a cobertura.

– Ela consegue tirar o máximo de cada situação e é uma jogadora extremamente completa. É uma leoa dentro de quadra, luta por todos os pontos, com muita garra e doação. Ela é incrível. É um privilégio jogar com uma pessoa que é uma das minhas melhoras amigas, que vou levar para o resto da vida – completou Duda.

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