Com a medalha de ouro carimbada ao lado de Duda, Ana Patrícia, emocionada, logo depois da vitória sobre a dupla canadense Melissa/Brandie por 2 sets a 1, na Arena Torre Eiffel, pela final dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, desabafou sobre as mensagens de ódio e julgamento que recebeu, ao lado de Rebecca, sua parceira nos Jogos de Tóquio, em 2021.
– Depois de Tóquio, eu recebi tantas mensagens de ódio, de julgamento, de pessoas que queriam que eu desistisse… Queria agradecer muitas pessoas, mas primeiramente a Deus e a mim mesma por não ter desistido – disse Ana Patrícia, em entrevista ao Sportv.
Ana Patrícia, 26 anos, 1,94m de altura, contou um dos segredos da bela campanha da dupla brasileira em Paris, que foi campeã com Duda de forma invicta, com sete vitórias em sete jogos.
– A gente nunca se deslumbrou com números e com isso de sermos líderes do ranking mundial. Focamos no nosso trabalho e isso fez a diferença – disse Ana Patrícia, natural de Espinoza, uma cidade de 30 mil habitantes no interior de Minas Gerais.
Ana Patrícia contou também como o vôlei de praia foi importante na sua adolescência:
– O esporte apareceu na minha vida e, literalmente, me salvou. Eu sofria muito bullying, me achava inferior às pessoas porque eu era alta e recebia muitos xingamentos. Quando eu descobri o esporte, eu falei: ‘Poxa, eu sou boa nisso aqui, então eu sirvo pra alguma coisa’. Acho que matou um pouquinho essa coisa na minha cabeça que o bullying fazia de me inferiorizar, de não entender como ia ser a minha vida. E a partir do momento que eu conheci o esporte, ele passou a ser o amor da minha vida. Fiz futebol, fiz handebol, fiz natação, joguei peteca…”, contou em entrevista ao jornalistas depois da classificação para final olímpica.