Medalhista de bronze nos Jogos de Atlanta-1996, a ex-central da Seleção Brasileira Ana Paula Henkel – atualmente casada com o norte-americano Carl Henkel e residente da cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos -, defendeu Bernardinho na polêmica envolvendo a ponteira do Sesi/Bauru, Tifanny. Para a ex-jogadora, o treinador foi atacado por “falar a verdade”.
“Num post de um perfil LGBT que ataca brutalmente Bernardinho por ter dito a verdade, a lucidez é mostrada exatamente nos comentários da própria comunidade gay que, em absoluta maioria, não concorda com homens biológicos competindo, vencendo e batendo recordes de mulheres”, escreveu Ana Paula.
Em vídeo publicado na quarta-feira pelo Angels Volley Brazil, que defende o movimento LGBT e a inclusão social por meio do esporte, Bernardinho é flagrado pelas câmaras do SporTV 2 chamando Tifanny de “homem”, após a atacante explorar o bloqueio do seu time, o Sesc RJ, durante a terceira partida dos playoffs da Superliga Feminina 2018/2019, que aconteceu na última terça-feira. O time carioca foi eliminado pelo paulista e está fora das semifinais.
“Hoje era para ser um dia feliz para comunidade LGBTQI! Tifanny está tendo uma bela segunda temporada de aceitação, onde a grande maioria finalmente entendeu que ela é uma mulher boa jogadora com dias bons e dias ruins como várias outras! Hoje ela e todo time do Bauru jogaram bem, algo que não aconteceu no jogo anterior, e mereceram a vitória classificatória na bola em quadra! Porém foi triste ouvir da boca de um técnico referência mundial, bicampeão olímpico, recordista em prêmios de Superliga que ela era um homem! ” Um homem!” escreveu a postagem do Angels Volley Brazil.
Por meio de leitura labial, foi possível entender que Bernardinho diz: “Um homem, é f…”, logo depois do ataque de Tifanny, primeira jogadora transexual a jogar a Superliga. Bernardinho se desculpou e disse que, na verdade, estaria se referindo ao gesto de ataque da jogadora, que é típico de homem.
“… apenas uma forma de expressão que nada tem a ver com a sexualidade ou gênero a pessoa, mas sim com a sua capacidade de realizar um “golpe” ou gesto técnico como aquele. Sinto muito de verdade”, escreveu o treinador do Sesc RJ.
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