Admito que fiquei refletindo sobre um comentário feito mais cedo durante a transmissão do Web Vôlei na vitória da Itália sobre a Polônia por 3 a 0, pelas quartas de final do Campeonato Mundial feminino.

Usei a expressão “jogar pro gasto” por entender que a Itália fez o mínimo necessário para vencer e se classificar sem sustos para a semifinal. E não foi com intenção de desmerecer a atuação da Azzurra. Mas para ressaltar seu domínio atualmente no cenário internacional.

As polonesas, que estavam do outro lado da quadra, estão na terceira colocação do ranking mundial. No banco, um técnico italiano, com conhecimento de sobra sobre as jogadoras da Azzurra. Motivos para um confronto equilibrado? Não. Nada disso foi capaz de incomodar a equipe comandada por Julio Velasco.

Paola Egonu foi muito bem no ataque, Alessia Orro fez uma distribuição correta e precisa, a ponteira Myriam Sylla foi corretíssima no fundo de quadra, a craque Monica de Gennaro jogou no seu conhecido nível alto de excelência, enquanto Sarah Fahr e Anna Danesi seguem impondo respeito no meio de rede. Sem falar da inversão do 5-1, uma das armas mais letais desta atual Azzurra, sempre pontuando quando acionada.

Com esse pacote premium funcionando, a atuação mais irregular da jovem Stella Nervini hoje não foi capaz de dar algum tipo de esperança para a Polônia. E o Bruno Souza foi muito feliz ao comentar sobre a ponteira: “não dá pra chamar de ponto fraco, mas sim de ponto menos forte do time”.

Com uma invencibilidade de 34 jogos, com três títulos relevantes conquistados em um espaço de 15 meses (duas edições da VNL e a Olimpíada de Paris), a Itália está a duas partidas de conquistar também o Mundial. Se isso realmente acontecer, poderemos iniciar a discussão sobre uma hegemonia em construção na modalidade. Algo que deve preocupar bastante todas as demais seleções do vôlei feminino.