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Análise: Lorenne, Fabiana e Mara saem fortalecidas da Copa do Mundo

Lorenne, Fabiana e Mara terminam a Copa do Mundo Feminina de Vôlei 2019 fortalecidas, se firmando em suas posições na briga para Tóquio-2020
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O Brasil terminou a Copa do Mundo Feminina 2019 na quarta colocação, com 21 pontos (7 vitórias e 4 derrotas), e altos e baixos. Os “baixos” foram as atuações muito ruins em dois jogos específicos e que foram decisivos para o time ficar fora do pódio: nas derrotas para a Holanda por 3 a 0, e para a Coreia, por 3 sets a 1. No revés por 3 a 0 contra os Estados Unidos o time também não conseguiu jogar, mas o resultado já era esperado, já que as norte-americanas disputaram a Copa do Mundo com o time completo, enquanto o Brasil sofreu durante a temporada de seleções com desfalques importantes como Tandara e Natália. E ainda vive a expectativa de poder contar com os retornos de Thaisa e Fernanda Garay no ano que vem.

Os pontos altos do torneio foram as boas atuações na derrota por 3 sets a 2 para a campeã China – o Brasil foi a única das 11 seleções a tirar ponto das asiáticas na Copa do Mundo – e nas vitórias sobre República Dominicana, Japão e Rússia. A Holanda perdeu para times como Japão e República Dominicana e terminou na oitava colocação. No final das contas, demonstrou não ser o bicho papão que se apresentou contra o Brasil.

Destaques individuais

Individualmente, a Copa do Mundo serviu para firmar algumas jogadoras e colocá-las de vez no radar para Tóquio-2020, como Lorenne, Fabiana e Mara. A oposta, que vai defender o São Paulo/Barueri nesta temporada, ganhou personalidade, potência e se firmou como a jogadora de desafogo do Brasil.

O Brasil terminou a Copa do Mundo na quarta posição (FIVB/Divulgação)

Mara evoluiu tecnicamente tanto no ataque quanto no bloqueio. Dá uma energia diferente ao time, sempre vibrando e pedindo bolas. Assim como Fabiana, sofreu em alguns momentos no bloqueio, muito em função do saque brasileiro, que não incomoda as adversárias e foi, de longe, o pior fundamento da equipe nesta temporada. Quando o saque entra, como aconteceu contra China, Japão e Rússia, por exemplo, o time encaixa, o bloqueio amortece, a defesa toca na bola e o jogo flui.

Brait x Léia

Camila Brait e Léia fizeram jogos bons no geral e seguem no páreo. Brait foi mal contra os EUA e muito bem contra a Rússia. Fez menos jogos que a líbero do Itambé/Minas e precisa de mais ritmo internacional, onde os saques são mais potentes e táticos do que na Superliga.

Léia foi escalada mais vezes como titular na Copa do Mundo. Fez ótimos jogos contra China, República Dominicana e Japão, mas foi muito irregular contra Holanda e Coreia do Sul, derrotas que o Brasil poderia ter evitado. As duas fizeram grandes defesas, mas também quinaram em momentos decisivos. Estão no mesmo nível e a briga promete ser dura, agora, durante a temporada de clubes, com Zé Roberto de olho no fundo de quadra de Osasco e Minas.

Fabiana e Lorenne fizeram uma boa Copa do Mundo (FIVB/Divulgação)

Entre as ponteiras, Gabi fez uma boa Copa do Mundo, sempre virando bolas difíceis, mas sentindo dificuldades contra seleções de bloqueio pesado, como a Rússia. É craque. Ataca, com eficiência, mesmo as bolas que não chegam em boas condições, fora da rede ou espetadas. Como a Seleção está jogando praticamente sem uma segunda ponteira confiável, ela foi muito marcada e sobrecarregada. Com a volta de Natália, ano que vem, Gabi deve voltar a jogar com bloqueios menos inteiros na sua frente e na sua real função, de ponteira de preparação.

Amanda evoluiu

Amanda termina a competição com saldo mais positivo que Drussyla, tanto no fundo de quadra quanto no ataque. Evoluiu muito ofensivamente. Drussyla fez um bom jogo contra os Estados Unidos e só. Amanda foi mais regular nas demais partidas em que atuou. Teoricamente, era para ser reserva, mas acabou se firmando como titular. Drussyla pode render mais. Passou a última temporada praticamente sem atuar por conta de uma lesão e ainda não recuperou o seu jogo. Mas está no radar para Tóquio, principalmente se Fernanda Garay mantiver a decisão de não retornar à Seleção.

Amanda se prepara para sacar (FIVB/Divulgação)

Macris também alternou bons e maus momentos, mas com saldo positivo no final das contas. Ainda um pouco imprecisa em algumas bolas, principalmente com Fabiana e quando tenta a maior distância. A bola da Lorenne tem de ser rápida, mas mais alta, já que a oposta tem ótima envergadura. Sua atuação no Itambé/Minas na última temporada foi infinitamente melhor do que na Seleção. Mas, tem uma visão de jogo espetacular, é veloz e, com o passe na mão, realmente faz a diferença, fintando e deixando as atacantes em bloqueios quebrados. Foi a melhor levantadora da Liga das Nações e termina a Copa do Mundo como a terceira melhor.

Experiência

Sheilla cumpriu bem o papel de dar experiência ao grupo e não comprometeu nas inversões. Nitidamente fora de forma física, precisa ganhar força e potência durante a temporada de clubes para tentar uma vaga no grupo que vai disputar os Jogos de Tóquio. Roberta entrou bem, conseguindo mudar o ritmo de alguns jogos, mas ainda precisa de entrosamento com o meio. Também foi imprecisa em algumas bolas. Tem bom saque e boa defesa.

Bia começou o torneio como titular e terminou no banco. Mas, já mostrou que cresce com a camisa do Brasil. Vai precisar provar sua evolução na Superliga, defendendo o Osasco/Audax. Carol foi, ao lado da xará Gattaz, a melhor central da última Superliga, mas não conseguiu manter o ritmo na Seleção. Se apresentou muito tarde, somente na fase final da Liga das Nações, quando Bia e Mara já estavam voando em quadra. Quase não entrou e perdeu espaço. Vai precisar fazer outra boa temporada no Dentil/Praia Clube para reconquistar a confiança da torcida e de Zé Roberto. Gabi Cândido entrou pouco. Mas tem potencial. Ataca forte, tem boa diagonal curta e pega alto. Tem de ser trabalhada com carinho pela comissão técnica para se desenvolver, principalmente no passe.

POR: PATRÍCIA TRINDADE

Lorenne foi a maior pontuadora do Brasil na Copa do Mundo, com 161 pontos (FIVB/Divulgação)

COPA DO MUNDO DO JAPÃO

CLASSIFICAÇÃO FINAL

1 China 32 pontos (11J, 11V)
2 EUA 28 (11J,10V)
3 Rússia 23 (11J, 8V)
4 BRASIL 21 (11J, 7V)
5 Japão 19 (11J, 6V)
6 Coreia do Sul 18 (11J, 6V)
7 R. Dominicana 17 (11J, 6V)
8 Holanda 17 (11J, 5V)
9 Sérvia 13 (11J, 4V)
10 Argentina 5 (11J, 2V)
11 Quênia 3 (11J, 1V)
12 Camarões 2 (11J, 0V)

TODOS OS RESULTADOS

PRIMEIRA RODADA

EUA 3 x 0 Quênia (25-14, 25-20, 25-14)
Rússia 3 x 0 Camarões (25-14, 25-15, 25-10)
Holanda 3 x 0 Argentina (25-16, 25-17, 25-19)
China 3 x 0 Coreia do Sul (25-21, 25-15, 25-14)
BRASIL 3 x 2 Sérvia (25-20, 23-25, 25-18, 22-25, 15-12)
Japão 3 x 1 República Dominicana (25-21, 25-11, 24-26, 25-14)

SEGUNDA RODADA

Holanda 3 x 0 Quênia (25-12, 25-19, 25-17)
China 3 x 0 Camarões (25-18, 25-14, 25-19)
EUA 3 x 1 Sérvia (23-25, 25-17, 25-16, 25-15)
República Dominicana 3 x 1 Coreia do Sul (25-17, 24-26, 25-23, 25-23)
BRASIL 3 x 0 Argentina (25-17, 25-19, 25-16)
Rússia 3 x 0 Japão (25-18, 25-19, 25-19)

TERCEIRA RODADA

Sérvia 3 x 0 Quênia (25-13, 25-11, 25-17)
República Dominicana 3 x 2 Camarões (25-17, 25-15, 23-25, 28-30, 15-10)
EUA 3 x 0 Argentina (25-21, 25-18, 18-25, 25-11)
China 3 x 0 Rússia (25-22, 25-16, 25-18)
Holanda 3 x 0 BRASIL (25-23, 25-21, 25-22)
Coreia do Sul 3 x 1 Japão (23-25, 25-19, 25-22, 27-25)

QUARTA RODADA

Sérvia 3 x 1 Argentina (25-15, 23-25, 25-23, 25-23)
Rússia 3 x 0 Coreia do Sul (25-18, 29-27, 25-12)
EUA 3 x 0 Holanda (25-23, 25-18, 25-19)
China 3 x 0 República Dominicana (25-19, 25-21, 25-19)
BRASIL 3 x 0 Quênia (25-20, 25-17, 25-14)
Japão 3 x Camarões (25-17, 25-17, 25-20)

QUINTA RODADA

Sérvia 3 x 2 Holanda (18-25, 23-25, 25-19, 26-24, 15-9)
Rússia 3 x 2 Rep. Dominicana (16-25, 23-25, 25-23, 25-23, 15-5)
Argentina 3 x 0 Quênia (25-21, 25-14, 25-15)
Coreia do Sul 3 x 0 Camarões (25-21, 25-18, 25-18)
BRASIL 0 x 3 EUA (22-25, 18-25, 19-25)
China 3 x 0 Japão (25-17, 25-10, 25-17)

SEXTA RODADA
Coreia do Sul 3 x 1 Argentina (25-19, 21-25, 25-19, 25-9)
República Dominicana x Quênia (25-17, 25-19, 25-19)
Holanda 3 x 0 Camarões (25-15, 25-14, 25-18)
BRASIL 2 x 3 China (23-25, 25-23, 25-22, 19-25, 15-9)
Rússia 3 x 1 Sérvia (25-16, 20-25, 25-23, 25-16)
Japão 2 x 3 Estados Unidos (24-26, 25-22, 21-25, 8-15)

SÉTIMA RODADA
Coreia do Sul 1 x 3 Holanda (19-25, 25-21, 22-25, 23-25)
BRASIL 3 x 1 República Dominicana (25-16, 23-25, 25-19, 25-22)
Sérvia 3 x 0 Camarões (25-22, 25-14, 25-17)
China 3 x 0 EUA ( 25-16, 25-17, 25-22)
Rússia 3 x 0 Argentina (25-21, 25-16, 25-21)
Japão 3 x 0 Quênia (25-18, 25-22, 25-20)

OITAVA RODADA
Coreia do Sul 3 x 1 Sérvia (25-21, 25-18,15-25, 25-23)
EUA 3 x 0 República Dominicana (25-22, 25-23, 25-9)
Camarões 2 x 3 Argentina (25-21, 25-20, 20-25, 20-25, 12-15)
China 3 x 0 Quênia (25-12, 25-12, 25-14)
Rússia 3 x 0 Holanda (26-24, 25-18, 25-20)
BRASIL 3 x 0 Japão (25-14, 25-22, 25-23)

NONA RODADA

Coreia do Sul 3 x 0 Quênia (25-15, 25-16, 25-21)
República Dominicana 3 x 0 Argentina (25-16, 25-23, 27-25)
BRASIL 3 x 0 Camarões (25-11, 25-17, 25-18)
China 3 x 1 Holanda (25-19, 25-16, 21-25, 25-19)
Rússia 2 x 3 EUA (26-24, 22-25, 22-25, 25-17, 8-15)
Japão 3 x 2 Sérvia (21-25, 21-25, 25-20, 25-20, 15-6)

DÉCIMA RODADA

Coreia do Sul 3 x 0 BRASIL (25-23, 18-25, 25-20, 25-21)
República Dominicana 3 x 2 Holanda (25-23, 25-22, 25-27, 18-25, 15-4)
EUA 3 x 0 Camarões (25-19, 25-15, 25-5)
China 3 x 0 Sérvia (25-14, 25-21, 25-16)
Rússia 3 x 0 Quênia (25-16, 25-21, 25-22)
Japão 3 x 0 Argentina (26-24, 25-15, 25-24)

DÉCIMA-PRIMEIRA RODADA

EUA 3 x 1 Coreia do Sul (25-21, 25-16, 16-25, 25-22)
República Dominicana 3 x 1 Sérvia (25-22, 25-21, 22-25, 25-17)
BRASIL 3 x 1 Rússia (28-26, 25-20, 21-25, 25-19)
China 3 x 0 Argentina (25-17, 25-14, 25-12)
Camarões x Quênia
Japão x Holanda

JOGOS DO BRASIL

HAMAMATSU

14.09 – Brasil 3 x 2 Sérvia (25/20, 23/25, 25/18, 22/25 e 15/12)
15.09 – Brasil 3 x 0 Argentina (25/17, 25/19 e 25/16)
16.09 – Brasil 0 x 3 Holanda (23/25, 21/25 e 22/25)
18/09 – Brasil 3 x 0 Quênia (25-20, 25-17, 25-14)
19/09 – Brasil 0 x 3 EUA (22-25, 18-25, 19-25)

SAPPORO
22/09 – Brasil 2 x 3 China (23-25, 25-23, 25-22, 19-25, 15-9)
23/09 – Brasil 3 x 1 Rep. Dominicana (25-16, 23-25, 25-19, 25-22)
24/09 – Brasil 3 x 0 Japão (25-14, 25-22, 25-23)

OSAKA
27/09 – Brasil 3 x 0 Camarões (25-11, 25-17, 25-18)
27/09 – Brasil 1 x 3 Coreia do Sul (23-25, 25-18, 20-25, 21-25)
29/09 – Brasil 3 x 1 Rússia (28-26, 25-20, 21-25, 25-19)

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