O Sesi Bauru conseguiu um resultado histórico. Pela primeira vez na sua história, o time paulista chega à final da Copa Brasil Feminina de Vôlei, depois de vencer, na noite deste domingo, o favorito Dentil Praia Clube, por 3 sets a 0 – parciais de 25-19, 26-24, 25-18 -, no Ginásio do Galegão, em Blumenau (SC), com uma atuação muito consciente e taticamente disciplinada. Com o resultado, a equipe do técnico Rubinho garantiu vaga no Sul-Americano de Clubes, que por sua vez classifica para o Mundial de Clubes deste ano.
A norte-americana Nia Reed foi a maior pontuadora da partida, com 16 pontos. O Sesi Bauru aguarda agora a definição do adversário na final – nesta segunda-feira, às 19h, novamente em Blumenau (SC) -, que sairá da partida entre Osasco São Cristóvão Saúde e Itambé Minas, ainda hoje, às 21h30, com transmissão pelo SporTV.
O Praia entrou em quadra com dois desfalques de última hora: a ponteira Kasiely e central Carol, que testaram positivo hoje para o covid-19. O time já não conta, há pelo menos um mês, com a líbero Suelen, com dores no joelho. Dos quatro semifinalistas da Copa Brasil, só o Sesi Bauru não sofreu baixas por lesão ou covid. O Minas não contará com a turca Ozsoy, com dores na panturrilha, e a ponteira reserva Luísa, que testou positivo para o coronavírus, assim como, em Osasco, o técnico Luizomar, a levantadora Fabíola e a central Camila Paracatu, foram infectadas.
Paulo Coco escalou o Praia com Claudinha – que não atuou na partida anterior por conta de dores na coluna – Brayelin, Jineiry, Angélica, Tainara, Anne Buijs e Ju Perdigão como líbero. A equipe mineira perdeu muito em qualidade do passe com a saída da Kasiely. E, para piorar a situação, Brayelin não estava num dia bom, justamente quando Paulo Coco precisava de suas definidoras em boa forma para compensar o fato de não estar jogando muito pelo meio. Brayelin marcou apenas um ponto na primeira parcial e saiu lesionada na segunda.
Já o Sesi Bauru começou num ritmo muito forte e confiante, acreditando que poderia vencer, mesmo depois de ter sofrido duas derrotas para o Praia no turno e no returno da Superliga. Sem Adenízia, recuperando-se de lesão, Rubinho escalou o time com as centrais Mayany e Mayhara. Nia Reed foi pouco acionada no início. Possivelmente uma estratégia da campeã olímpica Dani Lins, já que a oposta norte-americana é a maior pontuadora da Superliga e o Praia provavelmente se preparou para um jogo concentrado em cima dela.
Se Nia Reed não era efetiva, as ponteiras paulistas mantiveram a virada de bola em alta, com Drussylla e Suelle. Mas, o ponto mais forte de Bauru, hoje, foi o fundo de quadra. Nyeme deu um show. E contou com a regularidade das ponteiras para não deixar bola fácil – e muitas das difíceis – cair.
No segundo set, o Praia sofreu mais duas baixas: Brayelin e Claudinha se chocaram numa tentativa defesa e as duas deixaram a quadra. A dominicana teve o ombro deslocado e a levantadora, que já vinha jogando na base do sacrifício, com dores na coluna, permaneceu no banco, depois de levar mais um tranco. Paulo Coco começou a terceira parcial com a canhota Ariane na saída de rede e Lyara nos levantamentos.
Mas a noite era do Sesi Bauru, que abriu logo 5 a 0, com um saque taticamente perfeito – em cima da holandesa Anne Buijs – e com o seu bloqueio bem postado, já esperando as bolas altas pelas pontas. O Praia seguiu batendo cabeça. Literalmente. Houve pelo menos mais duas trombadas entre jogadoras no fundo de quadra. Sem passe, Lyara não conseguiu colocar Jineiry para jogar, a única eficiente no ataque.
O Sesi Bauru chega à final com autoridade. Mesmo contra um Praia desfalcado, foi taticamente muito aplicado e conseguiu explorar os pontos fracos das rivais.
DENTIL PRAIA CLUBE: Claudinha, Brayelin Martinez, Jineiry Martinez, Angélica, Anne Buijs, Tainara e Ju Perdigão (líbero). Entraram: Walewska, Lyara, Ariane e Vanessa. Técnico: Paulo Coco
SESI BAURU: Dani Lins, Nia Reed, Mayhara, Mayany, Drussyla, Suelle e Nyeme (líbero). Entraram: Adenízia, Mara. Técnico: Rubinho.