A passagem de Bernardinho como técnico da seleção francesa masculina teve apenas seis jogos oficiais. Anunciado em abril, ele assumiu após a Olimpíada de Tóquio, assumindo o cargo de Laurent Tillie. A primeira convocação aconteceu em agosto. Já em setembro, no Campeonato Europeu, a estreia: a França disputou seis jogos sob o comando do brasileiro.

Foram cinco vitórias na primeira fase: 3 a 1 sobre a Alemanha e 3 a 0 sobre Croácia, Letônia, Eslováquia e Estônia. Como líder do Grupo D, a França se classificou para as oitavas de final para enfrentar a República Tcheca, quarta colocada  do Grupo B, que avançou apenas nos critérios de desempate diante de Belarus.

E a zebra apareceu. No dia 13 de setembro, em Ostrava, até a torcida da casa ficou surpresa com o resultado final: 3 a 0 para os tchecos diante dos campeões olímpicos, parciais de 25-22, 25-19 e 34-32.

Depois do Europeu, os jogadores franceses admitiram que jogar a competição, poucas semanas depois da conquista do ouro olímpico, foi muito difícil. A comemoração pelo então inédito título, o relaxamento natural e o pouco tempo de treinamento com Bernardinho pesaram. Dez dos 12 medalhistas de ouro em Tóquio estiveram presentes no  torneio continental, dando indício de um trabalho de continuidade, sem uma renovação gigantesca.

Na preparação para o Europeu, o técnico comandou a França em alguns amistosos. O primeiro deles foi especial: no dia 25 de agosto, dia do aniversário de 62 anos de Bernardinho, diante da Ucrânia. Ele sempre demonstrou empolgação para dividir a vida entre a temporada de clubes, no Brasil, com o Sesc RJ Flamengo, e os quatro meses com a seleção, neste ano, com foco no Mundial. Mas o fim surpreendente aconteceu nesta terça-feira (22/3), com o brasileiro abrindo mão do cargo por conta de problemas pessoais.