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Bernardinho pede investimentos no vôlei e analisa temporada

Bernardinho exalta seleções, mas vê Superliga com potencial para crescimento. Técnico fala sobre trabalhar sem salário no Sesc RJ Flamengo
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É impossível falar da história do vôlei brasileiro sem falar de Bernardinho. Há mais de 40 anos na modalidade e com duas medalhas de ouro em Olimpíadas, ele tem propriedade para analisar a situação do país. E destaca que, apesar do protagonismo olímpico, o Brasil ainda engatinha no desenvolvimento esportivo.

Bernardinho conta que espera um olhar atento para o setor na passagem de Ana Moser à frente do Ministério do Esporte. O treinador reforça que é fundamental fortalecer a Superliga e vê potencial na unificação do esporte com a educação.

–  Poderíamos ter muito mais prática nas escolas. Nas universidades, por exemplo, temos poucos projetos com o esporte. Espero que a Ana Moser, com a visão que ela tem, possa contribuir neste sentido como a nova Ministra dos Esportes. Acho que o Brasil precisa de muita coisa ainda. Não estou aqui lamentando, estou fazendo uma análise. Temos grandes seleções, com grandes resultados, mas internamente falta. O voleibol do Brasil está bem e o voleibol no Brasil pode melhorar. E quando eu falo voleibol, estou falando de esportes no geral. Temos grandes campeões no país de diversas modalidades, mas internamente não temos a estrutura desejada ou necessária – contou, ao “Estadão”.

Treinador do Sesc RJ Flamengo, ele tem ainda experiência como gestor, incluindo na própria equipe, onde ajuda o clube a captar patrocinadores. E minimiza o fato de estar trabalhando sem receber salário. Para o comandante, faz parte do processo.

– Não tenho salário, mas isso não é um problema. Isso não é relevante. É o que é. É o que eu gosto de fazer, é o que amo fazer e continuo trabalhando pelo time. Em contrapartida, existem patrocinadores, palestras, eventos e estamos sempre lá presente. Sou muito grato a todos que nos apoiam, principalmente o Sesc que é o nosso principal patrocinador, nosso mantenedor e sempre está conosco. Assim como a CCR e o Cartão de Todos. Espero poder trazer mais patrocinadores junto com a marca Flamengo para que seja possível fortalecer ainda mais o nosso projeto. Nós temos o sonho de brigar por títulos, voltar a disputar competições sul-americanas e, quem sabe em um breve espaço de tempo, voltar ao Mundial de clubes – comentou Bernardinho.

E o futuro?

Bernardinho está em sua terceira temporada à frente da parceria do Sesc RJ com o Flamengo. O time carioca está em quinto, dentro da zona de classificação, com 15 pontos, oito vitórias e sete derrotas.

– É um time que começou a temporada totalmente em construção. Foram várias trocas de jogadoras, perdemos várias atletas e chegaram diversas jogadoras que nunca tinham jogado no nosso sistema, nossas competições. Vieram duas jovens estrangeiras, no caso a Brie e Roni. Enfim, um time completamente mudado em relação à temporada passada. É um processo que requer tempo. Com isso, a equipe passou a melhorar, apresentar resultado e conseguir algumas boas vitórias – destacou Bernardinho.Além das duas medalhas de ouro, o treinador tem pratas em 2008 e 2012, todas com a Seleção Masculina. Bernardinho ainda soma três títulos mundiais e oito da Ligas Mundial, sem contar o Pan de 2007 e as façanhas por clubes. O comandante ainda enfileirou títulos pela seleção feminina, como 3 Grand Prix. O que o ainda motiva?

– Me vejo como um profissional em formação, que pode melhorar em muita coisa ainda e trabalho e treino para isso todos os dias, tentando me tornar melhor, me conectar com as pessoas e conseguir tirar das pessoas o melhor delas. O que me move é a paixão. Eu adoro isso. Se você me perguntar o que eu gosto mais, a resposta vai ser os treinos. Os jogos ok, são bacanas. Mas, para mim, o que as pessoas não conseguem ver é o que me move – concluiu Bernardinho.

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