No dia 27 de abril de 2023, a derrota de Beatriz Haddad Maia para Mirra Andreeva, jovem fenômeno russo de 15 anos, na estreia no WTA 1000 de Madrid, foi um prato cheio para os haters. Essa praga potencializada pelas redes sociais se achou no direito de massacrar Bia, tenista número 14 do mundo, com requintes de crueldade.
Hoje, 7 de junho de 2023, a brasileira é semifinalista de Roland Garros, vencendo de virada a ex-número 2 do mundo, a tunisiana Ons Jabeur. Resultado histórico para a primeira jogadora do país a repetir Maria Esther Bueno e chegar a esta fase do Grand Slam em mais de 50 anos. E onde estão aqueles mesmos haters agora?
Durante a caminhada histórica no saibro francês, Bia viveu momentos complicados em rodadas anteriores. E durante os jogos, com ela ainda em ação, os haters já colocavam as manguinhas de fora. Como abutres sedentos!
Eu adoro esporte. E desprezo os haters. Os da Bia, os da Gabi, os da Kisy, os do Bruninho, os da Julia Bergmann… Desprezo cada um deles que destila ódio gratuito nas redes sociais. Desprezo cada um deles que se acha no direito de xingar e humilhar após uma derrota em primeira rodada, após um vice-campeonato mundial. No fundo, tenho pena de quem canaliza as próprias frustrações no primeiro que aparece na TV ou no streaming.
Cada vez mais, vemos atletas querendo distância das redes sociais, fechando comentários ou trancando suas contas. A saúde mental tem um preço e ele é caríssimo para quem lida com hordas de haters. Um dia, espero e torço, a maioria esmagadora conseguirá fazer críticas com argumentos após uma derrota, e não com baixo nível, xingamentos e ofensas.
Por Daniel Bortoletto