O Brasil atropelou o Japão, nesta quinta-feira (1/8), com uma atuação perto da nota 10. Não deixar o rival passar dos 20 pontos em nenhum dos três sets ajuda a exemplificar o grau da performance verde-amarela.

Desempenhos marcantes assim acontecem quando você mostra suas potencialidades e neutraliza as principais forças do rival. E foi bem assim pela segunda rodada da fase de grupos em Paris.

O Brasil defendeu como o Japão em diversos momentos. E isso é um baita elogio. Gostamos de repetir que as japonesas muitas vezes se multiplicam em quadra, irritam por tocar nas bolas na defesa e no bloqueio em quase todos os ataques. Quem fez isso hoje estava vestido de amarelo e azul. Some a isso um saque que pressionou a linha de passe japonesa, inteligência para finalizar os pontos mais longos, lucidez, concentração e obediência tática. Um combo completo.

Perguntei para o Zé Roberto na zona mista se ele conseguia definir a performance de hoje em uma palavra. Ele pensou, coçou a cabeça e respondeu:

– Eu não posso falar isso aqui.

Zé saiu sorrindo. Certamente queria soltar um palavrão, como admitiu ter desabafado em quadra muitas vezes. Muitas vezes um palavrão tem um sentido mais preciso de um sentimento do que um adjetivo. Quem nunca?

Para realizar o sonho do ouro em Paris-24, o Brasil tem mais quatro jogos a fazer em 10 dias. E sabe que o nível de atuação precisa ser do mostrado hoje para cima. E assim poderemos soltar mais palavrões para comemorar.

Por Daniel Bortoletto, em Paris