A conta era simples: o Brasil ganhou do Japão por 3 a 0 e a Argentina perdeu para os japonesas por 3 a 0. Então, era de se esperar uma vitória tranquila da Seleção Brasileira sobre os hermanos neste domingo, em Tóquio. Não foi. A equipe verde-amarela sofreu no passe e no bloqueio, em alguns momentos, mas conseguiu derrotar os rivais sul-americanos, por 3 sets a 2 – parciais de 25/20, 21/25, 26/28, 25/23 e 15/12 -, de virada, nesta madrugada, no encerramento da segunda rodada da Liga das Nações.
Assim como na vitória por 3 a 2 sobre o Irã, sexta-feira, novamente o banco de reservas foi fundamental na virada e no tie-break. Os centrais Isac e Flávio entraram no quarto set para comandar a vitória, melhorando não só o bloqueio, mas sendo mais eficientes nas viradas de bola, mesmo quando o passe não chegava em condições ideais nas mãos de Cachopa.
Foi também o melhor jogo de Leal com a Amarelinha. Com Wallace e Lucarelli errando bolas que normalmente não desperdiçam, coube ao novato da Seleção decidir. Ele sofreu um pouco na recepção em alguns momentos e foi substituído no fundo de quadra por Lucas Lóh, mas foi o maior pontuador do Brasil, com 18 pontos, seguido por Wallace, 15, Lucarelli 13, Flávio, 7, Isac 6, Cachopa 4, Lucão 4 e Maurício Souza 3.
“Clássico”
“É um clássico Brasil x Argentina, eles têm atacantes perigosos, mas a gente conseguiu uma vitória muito importante”, disse Leal, em entrevista à SporTV depois do jogo.
“Tivemos maturidade para voltar para voltar mais firmes no quarto set”, disse Lucarelli, referindo-se à virada sofrida pelo Brasil na terceira parcial, quando vencia, com facilidade, por 17 a 13 e permitiu a vitória argentina por 28 a 36.
Com o resultado, o Brasil manteve a invencibilidade na competição, 15 pontos em 18 disputados (três das seis vitórias foram no tie-break. A Seleção segue agora para a cidade de Gondomar, em Portugal, onde enfrenta a Sérvia, na próxima sexta-feira, às 14h (de Brasília); a China, no sábado, ao meio-dia; e os donos da casa no domingo, às 14h. O SporTV 2 transmite.
O oposto argentino Pereyra foi o maior pontuador do jogo, com 26 acertos, seguido por Conte 19, Jan Martinez 8, Loser 6, Martin Ramos 6, Solé 5, Bruno Lima 5, Poglajen 1 e Cavanna 1.
Números
O Brasil fez 8 pontos de bloqueio, contra 7 dos rivais; cedeu 31 pontos em erros, contra 42 dos argentinos, que fizeram 5 pontos de saque contra 2 dos brasileiros. Foram 67 pontos de ataque do time verde-amarelo contra 58 da equipe celeste.
Depois de um primeiro set relativamente tranquilo e de muitos erros dos argentinos – foram 12 pontos cedidos pelos rivais contra apenas três do Brasil -, a Seleção começou a ter problemas na recepção. Marcelo Mendez colocou uma das jovens promessas do vôlei do seu país em quadra, o ponteiro Jan Martinez, que vai defender o Sesc RJ na próxima Superliga, e o passe da Argentina encaixou. O líbero Danani entregava todas as bolas nas mãos, deixando Cavanni solto para distribuir com velocidade. Nosso bloqueio não achou nada. Até o final do terceiro set, o Brasil tinha apenas dois pontos neste fundamento.
A Seleção voltou melhor no terceiro set e administrava bem o placar, com 17 a 13. Mas, passou a apresentar problemas no passe, devolvendo bolas de graça para o lado rival. E, quando tinha os contra-ataques, desperdiçava. Sem conseguir jogar com os centrais, Cachopa sobrecarregou as pontas e o bloqueio argentino amortecia, acelerando a definição com Pereyra, em dia inspirado.
Isac e Flávio decidem
Renan começou o quarto set com Flávio e Isac nos lugares de Lucão e Maurício Souza e o bloqueio brasileiro melhorou consideravelmente. Não só para matar o ponto, mas para amortecer e proporcionar contra-ataques. Mas, o final da parcial foi com emoção. O Brasil fez 24 a 19 e viu a Argentina encostar em 24 a 23, numa reação inacreditável, com Conte fazendo estrago no saque. Para alívio brasileiro, o ponteiro, que foi campeão da Superliga 2018/2019 com o EMS/Taubaté e vai defender o Sada/Cruzeiro na próxima temporada, errou o serviço e o Brasil fechou o set em 25 a 23.
A Seleção abriu 6 a 3 no tie-break e caminhava para uma vitória relativamente tranquila. Não foi. Novamente, o bom saque e volume de jogo argentino fizeram a diferença e eles buscaram o placar, virando o jogo em 10 a 9. Lucarelli e Wallace estavam com dificuldade para virar.
Então, Cachopa ousou e se deu bem. Mesmo sem o passe na mão, começou a forçar as bolas de meio com Isac – seu companheiro de time no Sada/Cruzeiro – e o Brasil voltou à frente no placar: 11 a 10. Na sequência, foram três pontos diretos com o meio-de-rede e mais um com o outro central, Flávio. O ponto da vitória foi em decorrência de um saque potente de Wallace. A recepção argentina foi ruim, a bola voltou e, na bola de xeque, Lucarelli não perdoou, colocando no chão para fazer 15 a 12 e 3 sets a 2.
Confira abaixo os jogos deste domingo e os resultados de sábado. Veja a classificação neste link.
Jogos deste domingo (09/06)
Brasil 3 x 2 Argentina (25/20, 21/25, 26/28, 25/23 e 15/12)
5h – Bulgária x França
6h40 – Japão x Irã
8h – Portugal x EUA
8h – China x Polônia
11h – Rússia x Itália
14h10 – Austrália x Alemanha
17h10 – Canadá x Sérvia
Resultados de sábado (08/06)
Irã 3 x 1 Argentina (25/19, 20/25, 25/22, 34/32)
5h – Polônia 3 x 1 Bulgária (22/25, 25/19, 27/25, 25/20)
Brasil 3 x 0 Japão (25/22, 25/19, 25/21)
Itália 3 x 0 Portugal (25/13, 25/20, 25/11)
França 3 x 0 China (25/16, 25/23, 25/20)
Rússia 3 x 0 EUA (25/22, 25/19, 25/15)
Sérvia 3 x 2 Austrália (22/25, 14/25, 25/21, 25/21, 15/9)
Canadá 3 x 2 Alemanha (23/25, 29/27, 25/18, 23/25, 15/12)
Brasil: Cachopa, Wallace, Lucarelli, Leal, Maurício Souza, Lucão, Thales. Entraram: Maique, Lucas Lóh, Alan, Isac, Flávio. Técnico: Renan Dal Zotto
Argentina: Cavanni, Pereyra, Conte, Poglajen, Loser, Martin Ramos, Danani. Entraram: Uriarte, Solé, Bruno Lima, Jan Martinez.
Técnico: Marcelo Mendez
