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Brasil cai para a Argentina e fica fora do pódio

Assim como na fase de grupos, o clássico sul-americano foi muito disputado, repleto de alternâncias, com emoção do início ao fim
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Uma Argentina aguerrida. Que passou, defendeu e bloqueou mais. Um Brasil que não conseguiu, durante toda a Olimpíada, jogar o que pode, o que jogou durante boa parte do ciclo olímpico. As mudanças no tie-break – com Isac, Cachopa e Alan – talvez tenham vindo tarde demais e, repetindo os Jogos de Seul-1988, os argentinos derrotaram o Brasil na luta pelo bronze e vão subir ao pódio na Olimpíada do Japão com a vitória por 3 sets a 2, de virada – parciais de 25-23, 20-25, 20-25, 25-17, 15-13 -, na madrugada deste sábado, na Ariake Arena.

Agora o foco volta para a Seleção Feminina que luta pelo tricampeonato olímpico na madrugada de sábado para domingo, à 1h30, contra os Estados Unidos. Depois de quatro edições consecutivas disputando finais olímpicas, o Brasil está fora do pódio. Não faltou entrega, não faltou concentração. Faltou voleibol mesmo. A Argentina foi melhor, assim como a Rússia foi melhor na semifinal. Renan estava em Seul-1988, como jogador e viu a festa da Argentina de Hugo Conte, pai de Facundo Conte, um dos destaques da bela campanha da equipe de Marcelo Mendez no Japão.

– Foram muitos altos e baixos e a gente não conseguiu essa medalha. A gente prometeu lutar até o ultimo ponto. Conseguimos bons resultados no ciclo olímpico durante todo o ciclo, mas no momento mais importante não conseguimos. Nessas horas a gente tem de engolir o choro e partir para a próxima – disse o capitão Bruninho em entrevista ao SporTV, depois do jogo, sob os gritos e cantos da festa dos argentinos ao fundo.

– Aqui faltou um pouco da minha parte. Não era da maneira que eu queria terminar. Não faltou sacrifício, dedicação – disse Wallace.

Conte marcou 21 pontos e foi o maior pontuador do jogo. Wallace marcou 17 pontos e Lucão, 14.

No primeiro set, o Brasil sofreu em vários fundamentos. O bloqueio passou em branco, sem conseguir ler e acompanhar a distribuição de Luciano De Cecco. O saque não incomodou a linha de passe argentina. Para piorar, o ataque pelas extremidades teve enormes dificuldades. Leal, com 0 de 4, foi substituído por Douglas Souza na metade da parcial. Lucarelli também teve um percentual de acerto baixo no fundamento. Wallace e Lucão foram exceções, sendo efetivos na virada de bola. Do outro lado, a Argentina jogava no melhor estilo Marcelo Mendez: saque forçado e volume de jogo. Facundo Conte liderou os hermanos no ataque (e na vibração), sendo decisivo para a construção da vitória por 25 a 23.

Renan manteve a escalação do Brasil com Douglas iniciando o segundo set. A melhor notícia para o time foi a chegada do block para a decisão do bronze. Dois pontos logo no início, fazendo o placar pela primeira vez apontar vantagem verde-amarela. O fundamento voltou a aparecer na reta final, com Lucarelli parando Bruno Lima, fazendo a Seleção abrir pela primeira vez três pontos de frente (20-17).  Daí para frente foi administrar até o fechamento, que só poderia ser no block mais uma vez, com Wallace parando Conte.

O início do terceiro set foi preocupante para o Brasil. Erros em vários fundamentos, ritmo mais lento, enquanto os hermanos abriam vantagem: 5 a 9. O bloqueio, felizmente, voltou a dar as caras do lado brasileiro, fazendo a diferença diminuir. O empate chegou no 10-10 com Wallace, o melhor do time em quadra no clássico. A Argentina voltou a tomar as rédeas do jogo e ter 16 a 13. Leal então substituiu Douglas e na primeira passagem de saque conduziu o time à virada: 17 a 16.  Os argentinos passaram a errar mais do que estavam acostumados, facilitando o triunfo brasileiro. E o set terminou mais uma vez com um toco de Wallace, o 16° ponto dele no jogo até então.

O quarto set começou equilibrado, com o Brasil saindo na frente, a Argentina virando, alguns momentos de provocação de lado a lado. O esperado. Quando os hermanos abriram três (9 a 6), Renan apostou em Cachopa e Alan. Logo depois foi a vez de Douglas voltar, mas desta vez no lugar de Lucarelli. Nada funcionou, ele desfez todas as trocas a diferença subiu para sete: 14 a 7. Bastou administrar para a Argentina forçar o tie-break.

A Argentina começou melhor no tie-break. O Brasil estava abalado emocionalmente. Dava para ver no semblante dos jogadores, que viram o rival fazer 3 a 0 e 8 a 4. Renan demorou a mexer. colocou Alan, Wallace e Cachopa quando perdia por 9 a 6. A seleção brasileira reagiu, empatou em 12 a 12 e depois em 13 a 13, mas prevaleceu o time que fez uma campanha emocionante na Olimpíada. vencendo rivais de camisa mais pesada no vôlei. A Argentina é bronze com méritos.

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