Um time sem ponteiras, sem virada de bola e com problemas na recepção e no bloqueio. Este é o resumo da atuação do Brasil não só na derrota por 3 sets a 0 para a Argentina – parciais de 26-24, 25-20, 25-21 -, neste domingo, na disputa da medalha de bronze no Pan-Americano de Lima, no Peru, mas também é o resumo da atuação do time em todo o Pan.
Colômbia e República Dominicana disputam o ouro na sequência, com transmissão pelo SporTV 2 e pela Record News. O Brasil chegou à final do torneio nas três edições anteriores, ficando com o título em Guadalajara-2011, com a vitória sobre Cuba na decisão.
As argentinas conseguiram uma medalha no Pan-Americano pela primeira vez na sua história, em meio a uma crise interna. O time feminino não tem o mesmo investimento do masculino, os salários tampouco são equivalentes e a seleção não tem um patrocínio master. Uma semana antes do Pan, os principais jogadores dos times femininos e masculinos se reuniram e pediram mudanças na FaVa (Federação Argentina de Voleibol), igualdade de condições, pagamento de dívidas antigas, mais investimento e a diminuição da taxa de transferência para quem vai jogar em equipes do exterior.
Problemas nas pontas
A Seleção Brasileira levou para Lima um time misto, já que a seleção principal disputou, na semana passada, o Pré-Olímpico, com muitos problemas, todos nas pontas. Zé Roberto deu descanso para as ponteiras Gabi, Natália e Amanda e não conseguiu contar com Drussyla e Gabi Cândido na temporada – que pediram dispensa. Com isso, optou por levar ponteiras jovens, mas sem nenhuma experiência, inclusive nos seus próprios clubes.
As quatro ponteiras em Lima – Lana, Maira, Tainara e Júlia Bergmann – sequer foram titulares nas suas equipes na última Superliga. Todas mostraram problemas na recepção e no ataque. Maira ainda ajudou bastante o time no fundo de quadra e chegou a colocar algumas bolas no chão. Julia Bergmann praticamente não entrou.
Apático
A falta de confiança do próprio Zé Roberto nas suas ponteiras foi tamanha, que ele preferiu colocar a oposta Paula Borgo improvisada como ponta nas partidas contra os Estados Unidos, Colômbia e Argentina ao invés de colocar uma das ponteiras do banco. Paula fez alguns bons sets, mas quando passou a não virar no ataque, voltou para o banco e Lana entrou na equipe.
Contra a Argentina, os problemas de virada de bola e no passe ficaram ainda mais evidentes. A Apatia das jogadoras brasileiras foi evidente e desanimador, principalmente no terceiro set. Pareciam se esquecer que valia um lugar no pódio. Valia uma medalha. A Argentina fez a festa merecidamente. Jogou melhor e quis mais.
A oposta Lucia Fresco foi a maior pontuadora do jogo, com 19 pontos. Pelo Brasil, Lorenne marcou 15, Lara 6, Paula Borgo 7, Maira 5, Mara 2, Macris 4, Mayany 4, Tainara 3, Lana 1.