Faltava uma grande atuação. E ela chegou no dia mais esperado pelo vôleifã até aqui em 2025. O Brasil venceu a Turquia com pompa e circunstância, neste domingo (22/6), calando mais de 17 mil torcedores locais em dia de recorde de público da VNL, em Istambul.
A sétima vitória verde-amarela em oito jogos na Liga das Nações de 2025 foi especial por vários fatores. O primeiro, e pra mim mais importante, foi ver um Brasil coletivamente muito forte. E isso é muito relevante quando apenas uma titular no jogo de ontem estava em quadra na disputa da medalha de bronze contra a mesma Turquia nos Jogos Olímpicos de Paris. Naquele 10 de agosto de 2024, o Brasil iniciou o jogo com Roberta, Rosamaria, Gabi, Ana Cristina, Thaisa, Carol e Nyeme. Ontem, apenas Aninha saiu jogando.
É verdade que a ponteira de 21 anos foi protagonista mais uma vez, marcando 27 pontos, sendo decisiva no saque ao fim do tenso terceiro set e novamente gigantesca no ataque, beirando 60% de eficiência. Mas Ana Cristina esteve muito bem apoiada em todo o duelo.
Macris fez uma distribuição inteligente com Diana e Lorena e as centrais deram conta do recado. No ataque, 66% e 58% de aproveitamento, respectivamente. No block, três pontos cada. E o baque de perder Julia Kudiess no aquecimento foi minimizado.
A líbero Laís teve uma atuação defensiva bem mais relevante, talvez a melhor nesta VNL. Já Julia Bergmann teve um quarto set de almanaque, assumindo o protagonismo ofensivo sem perder a eficiência no fundo de quadra. O equilíbrio dado por ela ao time é essencial.
Foram quatro atletas com dois dígitos de pontuação. Faltou, mais uma vez, a eficiência na saída de rede, com o baixo aproveitamento de Tainara. E fica claro neste momento, ainda sem Kisy e Rosa, a opção de José Roberto Guimarães: incluir Gabi na equipe sem mexer nas outras duas ponteiras.
Foi assim que o Brasil jogou o quarto set. E, coincidência ou não, a parcial foi a mais fácil na partida de ontem. Com a capitã em ação, o time ganha ainda mais volume de jogo, muita segurança na linha de passe e certamente impõe respeito a quem está do outro lado da quadra. Se ainda é uma mudança circunstancial, ela pode ser uma variação das mais interessantes para o decorrer deste ciclo LA-2028.
Hoje é dia de comemorar e não apenas por vencer a Turquia, um adversário que vê o Brasil como seu maior rival na modalidade em todos os tempos. Vide a comemoração descabida de Karakurt no primeiro ponto (e olha que o ponto era brasileiro!). Mas principalmente por ver um novo time se formar, ainda à espera de peças importantes e com muito teto para evolução.