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Brasil joga mal, sofre e perde, mas é campeão sul-americano

O Brasil precisava vencer apenas um set para garantir o título do Sul-Americano e conseguiu, na base do sufoco
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Uma atuação para esquecer, pelo lado brasileiro. Uma atuação memorável pelo lado colombiano. Apático, sem energia, mal tecnicamente, mal na comunicação, desorganizado em quadra, tenso para fazer as ações básicas do jogo e muito abaixo do que se espera, o Brasil perdeu para a Colômbia por 3 sets a 1 – parciais de 25-19, 25-23, 24-26, 25-23 – mas, apesar da derrota, conquistou o título do Campeonato Sul-Americano Feminino de Vôlei na noite deste domingo, na cidade colombiana de Barrancabermeja e garantiu o torneio pela 22ª vez na sua história

O Brasil precisava de apenas um set para conquistar o título e manter a hegemonia no campeonato continental. E conseguiu, mas na base do sufoco e jogando muito mal.  A Colômbia – que é comandada pelo técnico brasileiro Antônio Rizola, que durante muitos anos foi um dos responsáveis pelos bons resultados do Brasil nas categorias de base – garantiu vaga no Mundial de 2022, que será disputado na Polônia e na Holanda. O Brasil já havia garantido a vaga com a vitória sobre o Chile, na sexta-feira.

Com o resultado, o Brasil perdeu a liderança do ranking mundial, da FIVB, que havia conquistado sábado à noite, com a derrota dos Estados Unidos para o México, na semifinal da Copa Pan-Americana

Gabi foi a maior pontuadora do jogo, com 17 pontos. Natália e Gattaz marcaram 14 cada uma. Pela Colônia, a ponteira Amanda Coneo e a central Yeisy fizeram 14 pontos cada.

Foi a primeira vitória da Colômbia em cima do Brasil na história dos sul-americanos. Há dois anos, a equipe venceu as brasileiras por 3 a 2, de virada, pela semifinal do Pan-Americano de Lima, no Peru.

O técnico José Roberto Guimarães escalou o Brasil com Ana Cristina novamente na saída de rede. O time titular foi: Macris, Ana Cristina, Carol, Gattaz, Natália, Gabi e Nyeme de líbero. Roberta entrou e ficou até o final. Rosamaria, Kasiely e Lorenne também entraram.

A atuação do Brasil foi preocupante em vários aspectos: o Brasil jogou muito abaixo tecnicamente do que se espera. Defendeu e atacou mal e até Gabi, referencia da equipe desde a VNL, foi muito irregular. Emocionalmente, foi um time apático, sem vibração e em muitos momentos parecia perdido. A Colômbia, ao contrário, jogou muito bem. Mesmo no set em que perdeu. Não desistiu, foi guerreiro e as levantadoras deram um show de entrosamento e distribuição.

Nada funcionou. Nenhum fundamento. No terceiro set, contou com a lucidez de Roberta, Gattaz e Natália para virar bolas importantes, mas foi só. No restante da partida, cometeu erros demais. A atuação no Sul-Americano preocupa também porque ano que vem tem Mundial. E a base do nosso time é esse que estava em quadra hoje.

O JOGO

O Brasil começou o jogo nervoso. A expressão das jogadoras era de apreensão, enquanto a Colômbia, ao contrário, jogava com alegria. Rapidamente as donas de casa fizeram 7 a 4 e depois abriram para 12 a 8, com a Seleção Brasileira errando ataques excessivamente. Zé Roberto fez a inversão do 5 x 1  colocando Rosamaria e Roberta em quadra. A oposta entrou com segurança, mas aí foi a vez de o passe do Brasil não funcionar. Natália foi irregular no ataque e no passe, nitidamente sentindo a falta de ritmo de jogo. Ela não atuou na VNL por conta de uma lesão no dedo e entrou poucas vezes na Olimpíada – Fernanda Garay ganhou a posição e foi um dos grandes nomes da equipe verde amarela na campanha da prata no Japão.

O Brasil chegou a diminuir a diferença para dois pontos, com bons bloqueios (17 a 19), mas a Colômbia voltou a deslanchar no marcador na base dos contra-ataques, já que a seleção brasileira não conseguia colocar as bolas no chão e fechou em 25 a 19.

Zé Roberto manteve Rosamaria no segundo set e voltou com Macris, mas novamente o Brasil, apático, sucumbiu aos próprios erros. O saque não agredia de forma alguma a recepção colombiana que jogava solta e com alegria. Maria Alejandra deu um show de distribuição, apostando na regularidade da ponteira Amanda Cuneo, o grande nome da seleção colombiana. Zé Roberto voltou a mexer no time, colocando Roberta no lugar da Macris quando o Brasil perdia por 12 a 7.

Mas a reação não aconteceu. Natália saiu zerada no ataque quando o placar apontava 18 a 11 para a entrada de Ana Cristina, que fez três pontos de saque e chegou a diminuir a diferença no marcador para 15 a 18. O passe brasileiro melhorou e a Roberto conseguiu distribuir melhor, jogando com as centrais. Nesse ritmo, num toco de Carol Gattaz em Amanda Cuneo, chegou a empatar o set em 23 a 23, mas o set foi colombiano, que comemorou a vitória como se fosse um título. Com 2 a 0 no placar, o time garantiu a inédita vaga no Mundial do ano que vem.

Zé Roberto retornou com Natália no lugar da Ana Cristina no terceiro set e manteve Roberta e Rosamaria em quadra. O Brasil voltou melhor na terceira parcial, e abriu logo 9 a 4. Mas, voltou a errar e a ter dificuldade na virada de bola e viu a as anfitriãs empatarem em 9 a 9. O técnico brasileiro fez a inversão do 5 x 1 colocando Macris e Lorenne em quadra e o Brasil conseguiu colocar a bola no chão para sair do nono ponto. O jogo seguiu equilibrado até o 17º ponto, quando dois bons saques da Roberta fizeram o time abrir 20 a 17. Mas, novamente, as donas da casa reagiram e empatarem em 24 a 24. Num ataque da Gabi, o Brasil fechou o set em 26 a 24 e conquistou o título do Sul-Americano. Natália fez uma boa parcial, pontuando seis vezes. Roberta acionou bem Carol Gattaz, outro destaque do set.

A derrota calou a arquibancada em Barrancabermeja. O Brasil voltou com a mesma formação para o quarto set, mas continuou jogando mal, desorganizado em quadra e com tensão nos ombros, defendendo pouco e errando ataques que normalmente não erra. Vencia por dois pontos de diferença, mas novamente deixou as colombianas virarem na base da raça e dos ataques certeiros das suas atacantes de extremidade. Para a alegria da torcida, a Colômbia venceu o set por 25 a 23 e fechou o jogo em 3 a 1.

 

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