Foi com emoção e com viradas importantes dentro dos sets. E, numa atuação de muita entrega, muita raça e mostrando evolução em fundamentos como passe e defesa, o Brasil derrotou o Japão por 3 sets a 1 – parciais de 29-27, 28-26, 20-25, 25-14 -, na manhã desta quarta-feira, em Ankara, na Turquia, na abertura da fase final da Liga das Nações Feminina de Vôlei. Foi uma batalha física e mental. É muito difícil jogar contra um time que não deixa a bola cair. Com o resultado, o time do técnico José Roberto Guimarães garantiu vaga na semifinal, vivo na luta pelo título inédito da competição – a VNL existe desde 2018 e até agora somente os Estados Unidos venceram o torneio. A Seleção Brasileira é duas vezes vice-campeã.
E o adversário na semi de sábado será surpreendente: a Sérvia, que eliminou os Estados Unidos, medalhistas olímpicos de ouro em Tóquio. Amanhã, acontecem os outros dois confrontos das quartas de final: China x Itália, às 9h e Turquia x Tailândia, às 12h30, com transmissão sem imagens pelo Web Vôlei. Todas as partidas serão transmitidas pelo SporTV. Veja aqui a tabela das quartas de final.
Zé Roberto escalou o Brasil com Julia Bergmann como titular ao lado de Gabi na ponta. O restante da equipe foi: Macris, Kisy, Carol, Julia Kudiess e Natinha (líbero). Entraram: Roberta, Rosamaria e Lorenne.
O jogo foi com emoção e muitos altos e baixos. E, como esperado, o volume de jogo do Japão fez a diferença. É irritante a quantidade de vezes que a bola volta. Dificilmente, as bolas brasileiras caiam no chão sem tocar em alguma jogadora do Japão, seja no bloqueio, seja na defesa. Os pontos positivos foram a evolução do Brasil na recepção, na defesa e no ataque. Macris jogou pouco pelo meio. Julia Kudiess não pontuou no ataque.
Gabi foi a maior pontuadora do jogo, com 23 pontos, seguida por Kisy, com 20. Pelo Japão, Hayashi fez 16 e Koga – que acabou indo pro banco, anulada pelo Brasil no ataque – terminou a partida com 14. Brasil marcou 16 pontos de bloqueio, contra 6 das asiáticas e cometeu 23 erros – sendo que 14 foram só no primeiro set.
O Brasil começou bem, abriu três pontos de vantagem no início da primeira parcial, mas começou a errar muito e viu o Japão virar para 12 a 9 e depois 21 a 15. A essa altura, dos 21 pontos do Japão, 13 eram em erros cedidos pelas brasileiras, contra apenas um erro das asiáticas. Numa boa passagem de Gabi no saque, no entanto, e com Julia Bergmann muito lúcida nas finalizações dos contra-ataques, a Seleção verde-amarela empatou em 21 a 21. D0 21 a 15 até a vitória, em 29 a 27, o Brasil controlou os nervos e os erros e cedeu apenas um ponto para as rivais. As asiáticas terminaram o set com apenas três erros.
O segundo set também foi dramático. Novamente, o Brasil precisou buscar o placar. Na reta final, teve o set point em 24 a 23, mas o Japão não vendeu barato. Empatou, chegou a virar, mas deu Brasil: 28 a 26, com boa atuação de Kisy e com Gabi mais efetiva, depois de um primeiro set com muita dificuldade de virar a bola. No terceiro set, o Japão reagiu, controlou os erros e conseguiu pontuar bem nos contra-ataques, amortecendo nossos ataques nas extremidades e venceu por 25 a 20.
O Brasil foi para o quarto set mais concentrado. E com a energia alta, vibrando muito em cada ponto e conseguindo também amortecer os ataques asiáticos, pontuando nos contra-ataques. Macris começou a jogar mais com o meio e o bloqueio brasileiro fez a diferença com Kisy, Julia Kudiess e Carol.