Campeão olímpico na Rio-2016, Bruno Schmidt oficializou, neste domingo (22/1), a aposentadoria do vôlei de praia. O anúncio foi feito durante entrevista para o programa Esporte Espetacular, da Globo. Aos 36 anos, o agora ex-jogador explicou a decisão.
– Não foi de ontem para hoje. É uma decisão que venho tomando desde quando comecei a sentir minha queda de performance, datando perto de 2018, quando comecei a sentir muitas dores no joelho. Isso me fez ver o encerramento de carreira como algo próximo e possível. Fui aos Jogos de Tóquio, participei de uma corrida olímpica, teve a situação da covid-19… Só de estar lá foi muita coisa. Depois das Olimpíadas eu pensei: “Vou encerrar minha carreira”. Operei meu joelho e, por incrível que pareça, consegui um parceiro competitivo pós-cirurgia. Dizem que a cirurgia faz você voltar melhor que antes. Tentei mais uma temporada, mas ano passado… não foi joelho e nem físico. Fui eu mesmo, não me vejo mais como atleta de alto rendimento, jogando da maneira como eu jogava lá atrás. Isso machuca muito, mais do que derrotas, do que dores. Eu não me vejo mais como em 2016. Eu me comparo com isso. Chegou o momento para mim – admitiu Bruno, que atuou ao lado de Saymon em 2022.
Perguntado sobre o que sentirá falta no vôlei de praia, Bruno Schmidt, conhecido nas areias como o “Mágico” e com título mundial e do Circuito no currículo, disse:
– Eu não vou sentir falta da rotina. Agora é um mês quente no Espírito Santo. Quando você vai para a praia a lazer, tomando banho de mar, é uma coisa. Outra coisa é treinar em dias extremamente quentes. As viagens encantam no começo, mas depois ficam árduas. Você perde compromissos importantes de família. Quantas vezes sentei à mesa e meus familiares comentavam sobre eventos que eu não estava presente? Eu só imaginava. Quando você é atleta, não é só na academia ou dentro de quadra. Você é atleta quando acorda e quando vai dormir. É um estilo de vida, tem que se blindar de muita coisa. Mas vou sentir falta. Sempre fui tentado a dar o meu melhor, mais do que títulos e vitórias. Estou executando meus fundamentos, meu saque, uma defesa perfeita, isso me dava prazer em jogar vôlei. É a coisa que mais sentirei falta. Foi o que fiz com mais perfeição, fui reconhecido e valorizado por isso. Estou fechando um lado da vida em que fui valorizado. Sentirei falta.
Bruno Schmidt já se prepara para um novo desafio profissional: a advocacia. Formado pela Universidade de Vila Velha, no Espírito Santo, no ano passado, Bruno fará em breve a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para iniciar a carreira no Direito.
– Um dos motivos de estar parando é para ter tempo e energia para encarar esse novo desafio. Eu gosto disso, é o que me faz acordar cedo no dia seguinte.