Crescem na Itália as vozes contrárias às decisões de Davide Mazzanti e da federação local de vôlei. Maurizia Cacciatori foi a última a criticar a ausência de Paola Egonu do Pré-Olímpico, além da “aposentadoria precoce” de Monica de Gennaro, Caterina Bosetti, entre outras, nesta reta final de ciclo olímpico até Paris.
Em entrevista à Gazzetta dello Sport, a ex-levantadora foi dura nas palavras ao analisar o momento da Itália.
– Considero uma loucura ter começado o trabalho com o corte de algumas jogadores importantes. Vi coisas que não gostei, onde estava o sexteto mais forte? Onde estava uma jogadora fundamental como Paola Egonu? Foi um erro deixá-la fora, assistimos ao pior final possível – detonou Cacciatori.
Com mais de 200 jogos pela Azzurra, Cacciatori viveu situação parecida, ao ficar fora às vésperas do Mundial de 2002, cortada pelo técnico Marco Bonitta. A ex-levantadora diz não ter entendido a tática italiana no Europeu, com três opostas entre as 14.
– Mazzanti convocou três opostas, nunca tinha visto antes. Paola foi admirável, ficar no banco é sempre complicado, se pensarmos então no que ela conquistou na carreira, não é concebível no caso dela. O Pré-olímpico sem ela? Seja qual for o resultado no final, já é uma derrota. Uma Itália sem Egonu é um suicídio esportivo. E, novamente, Mazzanti provavelmente tem a equipe mais forte de todos os tempos, mas sem Egonu é uma Ferrari forçada a se mover em estradas estreitas e sinuosas.
Por fim, Cacciatori também reclama do silêncio da Federação Italiana sobre o caso:
– Manter todo mundo calado não é bom. A falta de clareza não ajuda ninguém e acaba alimentando comentários desestabilizadores.