O levantador Fernando Cachopa foi titular nos dois amistosos do Brasil diante do Canadá, em Campinas, na semana passada, e deve começar a Liga das Nações, na Polônia, a partir de sexta-feira, da mesma forma. Um voto de confiança de Renan Dal Zotto no jogador do Sada/Cruzeiro, que conta também com Thiaguinho para este início da competição.

Na temporada 2018/2019, Cachopa ganhou a titularidade no time mineiro após anos na reserva de William e Uriarte. E conviveu com momentos de oscilação e muitas críticas da torcida mineira. Os resultados também deixaram a desejar, com eliminação na primeira fase do Mundial e na semifinal da Superliga. Para compensar, o time ganhou o Sul-Americano.

Mais “cascudo”, Cachopa falou ao Web Vôlei sobre as dificuldades, o aprendizado e os planos para o futuro.

Como você está encarando esse ano pré-olímpico, essa oportunidade que você e o Thiaguinho estão tendo neste início de temporada com a ausência do Bruninho e do William? 

Às vezes a oportunidade não passa duas vezes. É preciso aproveitar. Estou tentando fazer o meu melhor, aproveitar cada treino, cada período que tenho com esses caras. Estou tentando dar o meu melhor, porque não se sabe como vai ser o dia de amanhã. Estou tentando dar o meu máximo hoje, agora. Esse ano o calendário está mais cheio e acaba que vai ter uma rodagem maior e algumas oportunidades vão aparecer.

O que você mais ganhou este ano?

Foi uma experiência muito boa, em um ano um pouco mais complicado. A gente teve um monte de mudança no clube, mas acho que a experiência e a bagagem que eu peguei esse ano talvez alguns levantadores com mais idade não tenham adquirido. Foi muito válido para o meu primeiro ano jogando. Tivemos bom e maus momentos e eu tive de lidar com essa responsabilidade maior.

A pressão foi maior do que você imaginava?

A pressão que vem de fora, das redes sociais, pode ser bastante cruel. Foi grande, cara. Teve crítica vindo de tudo que é lado, comentários ruins e comentários bons, de pessoas que eu nem sabia que existia. Enfim, foi um pouco maior do que eu pensava, mas acho que eu consegui lidar bem.

Durante o Sul-Americano, o Serginho falou ao Web Vôlei que aconselhou você e o Rodriguinho a deixarem as redes sociais.

Se você ficar olhando a todo momento os comentários nas redes sociais, tua cabeça explode e você não consegue fazer nada dentro de quadra. A comissão técnica me deu uma força logo no começo da Superliga. Falaram para eu dar uma desligada, focar no time, no dia a dia e foi o que eu tentei fazer. Foi a melhor forma que eu encontrei para lidar com as coisas, acho. A gente não terminou a temporada da maneira que a gente queria e acho que isso acabou dando uma pesada maior. Ninguém ficou contente. Dentro do clube, fora do clube, torcedor, enfim, ninguém ficou contente. Mas, serviu como aprendizado. Para a próxima temporada a gente precisa melhorar algumas coisas, com certeza. O sentimento vai ser sempre mirar o topo.

Você foi companheiro do Leal durante alguns anos. O que espera dele na Seleção?

É um cara com muita força física. Poucos atacantes do mundo fazem o que ele faz. Saca muito, bloqueia muito… Joguei alguns anos com ele, eu vi ele fazer coisas assim que não tinha visto ninguém fazer no circuito mundial até então. Vai ser uma peça que vai agregar muito para a equipe. Ele ganhou o Italiano agora, a Champions, vai chegar com a motivação lá em cima.

Por Daniel Bortoletto