Aos 43 anos, a central Carol Gattaz se prepara para disputar mais uma Superliga, agora pelo Praia Clube. Será a última temporada dela? Ao que tudo indica, não. A experiente atleta desabafa sobre o etarismo (preconceito por conta da idade), especialmente sobre as mulheres.
– Estou tentando quebrar esse paradigma. Os anos mudaram e a modernidade ajuda os atletas a superarem as barreiras dos nossos limites. A idade não tem o peso de antigamente. Mas nós, mulheres, sofremos com o etarismo e tendemos a perder espaço para atletas mais jovens por diversos motivos – comentou Carol Gattaz em entrevista ao portal “Uol”.
Com mais de 20 anos dedicados ao voleibol profissional, Carol Gattaz tem a experiência e títulos de poucas atletas. Madura, ela afirma que um dos segredos para o sucesso é ter sempre um objetivo na cabeça. O atual? Conquistar títulos com o Praia.
– Minha vida, claro, sempre foi o vôlei. Então, traço objetivos sobre como quero terminar essa temporada. Quais são as conquistas? Como vai estar meu corpo? Somos movidos a desafios e isso nos dá direção. Acho muito vago você caminhar sem saber onde quer chegar. Então sempre tenho foco no que quero conquistar. Toda vez que começo um projeto me pergunto onde eu quero chegar. Não paro porque tenho sempre objetivos em minha mente. O meu atual é ganhar títulos com o Praia Clube – revelou Carol.
Mas uma hora, naturalmente, ela terá que se despedir das quadras. Carol afirma que quer seguir próxima ao vôlei, reforçando que sempre tem algo em mente, um objetivo traçado.
– Já me perguntaram muito o que eu faria se não fosse jogadora. Se tivesse talento, gostaria de ser cantora. Acho um máximo, amo a Marília Mendonça. Queria cantar como ela, mas obviamente não consigo. Tenho um plano B, sim. Depois de parar quero continuar na comunicação. Gosto muito de TV e redes sociais. Talvez eu trabalhe na gestão de alguma confederação internacional, algo que também gosto muito. Só sei que quero ter sempre o esporte por perto – concluiu Carol Gattaz.
A atleta disputou os seus primeiros Jogos Olímpicos apenas em 2020, quando o Brasil terminou com a medalha de prata. Na época, Gattaz estava com 40 anos. Carol já havia sido chamada para Pequim 2008, mas acabou cortada.
– Com certeza. Com essa idade (40 anos), eu já estava muito mais experiente e sabia o que eu estava fazendo. Era titular da equipe e fiz parte do processo. Por mais que eu não tivesse ido para as Olimpíadas em outros anos, participei de muitos campeonatos com a seleção, só não tinha chegado aos Jogos. Claro que é importante, mas eu já tinha vivido muitos momentos marcantes com a canarinho. Acredito que aproveitei muito, não que mais nova isso seria diferente. Mas acho que foi de um jeito diferente, que a maturidade me trouxe – concluiu Carol Gattaz.