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Clubes tomam diferentes decisões sobre o piso

Reunião entre CBV e clubes aconteceu nesta tarde para tentar encontrar soluções para a questão do piso da Superliga
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Uma Superliga com um piso. Outra Superliga com outro piso. Reunidos virtualmente nesta sexta-feira a pedido da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), os clubes tomaram decisões diferentes para a continuidade da temporada 2020/2021. Para as mulheres, a opção foi voltar ao piso anterior, enquanto para os homens o atual será mantido.

Em votação, os participantes da Superliga feminina optaram pela troca, com a utilização do piso da temporada passada, até que o fornecedor do material atual esclarece as questões levantadas: alguns “travam” o deslocamento/rolamento, já outros deslizam demais. Foram várias reclamações públicas de atletas (relembre as declarações de Macris ao Web Vôlei nesta semana).

A partir da oitava rodada, no dia 4 de dezembro, todos os jogos do naipe feminino serão realizados já com o piso antigo.

No masculino, os clubes, com uma quantidade menor de reclamações até aqui, decidiram manter o piso azul/amarelo, aguardando análises do fabricante e da CBV para uma decisão futura pela troca, como fez o feminino para o fornecedor antigo, ou melhoria do atual. Nas discussões de hoje, dirigentes admitem que existem diferenças entre os pisos instalados nos ginásios utilizados na Superliga masculina.

O QUE EU PENSO

– Na minha ótica, o risco para a integridade física dos atletas é o principal ponto da discussão, deixando a questão das cores em segundo plano. As jogadoras são as principais críticas do novo piso, talvez pelo fato de os jogos femininos possuírem mais rallies em comparação com o masculino, consequentemente com mais quedas/peixinhos/rolamentos para defesas.

– Um erro claro da CBV foi não ter testado o piso. Mesmo com atraso na entrega por conta da pandemia (o material veio da China, primeiro foco do coronavírus), era preciso ter pensado no “pior cenário”, com uma avaliação na prática para esgotá-lo. Como a colocação nos ginásios começou apenas ao fim dos Estaduais, alguns times tiveram um dia de treino no piso novo antes da estreia no Super Vôlei. Deu no que deu. A estratégia de marketing para agradar o Banco do Brasil, trazendo as cores para os pisos, se transformou em uma crise que poderia ter sido evitada ou bastante minimizada.

– Existe um piso “diferente” entre os vários instalados: o de Itapetininga. Pela TV, em jogos da Superliga masculina, deu para perceber que ele tem uma tonalidade diferente de amarelo e, segundo relatos ouvidos pelo Web Vôlei, parece não ter os mesmos problemas de outros: como dificuldade para deslizar ou ser muito escorregadio. Apenas a empresa responsável pelo piso pode explicar o motivo.

– Segundo revelou o UOL, nesta quinta-feira, houve falhas no processo de compra dos 24 pisos, passando pela assembleia da CBV. Foi utilizada a palavra “Taraflex”, uma marca, mas o material comprado é de uma concorrente a Enlio. A entidades deu explicações e disse que “Taraflex” é como o piso emborrachado é popularmente falado no meio e que pretende “corrigir” o erro de comunicação. Segundo especialistas do mercado, o piso Taraflex é mais caro e de melhor qualidade, tanto que é o oficial das competições internacionais de vôlei. Qualquer denúncia de irregularidade em um processo de compra com dinheiro público, via Lei de Incentivo, deve ser esclarecida, em nome da transparência. Nenhuma dúvida deve restar.

Por Daniel Bortoletto

Tags: CBVpiso

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