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COB conta com ícone do vôlei no auxílio psicológico aos atletas

Antonio Carlos Moreno participou de quatro Olimpíadas como jogador. Hoje, o coaching esportivo atua com o COB no suporte psicológico em Tóquio
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A preparação de um atleta para os Jogos Olímpicos começa muitos anos antes de o evento acontecer. E para atingir sua melhor performance, não basta apenas estar bem fisicamente e com o corpo bem treinado, é necessário também realizar uma boa preparação mental. Para disso, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) mantém um departamento dedicado ao tema e enviou três psicólogas do esporte e um coaching esportivo, ícone do vôlei nacional, para darem suporte ao Time Brasil em Tóquio.

Carla di Pierro, Alessandra Dutra e Marisa Markunas, além do coach e ex-jogador de vôlei Antonio Carlos Moreno, estão no Japão para atender os atletas, agindo em sintonia com as equipes técnicas do Time Brasil. Um trabalho que dá sequência a um atendimento personalizado feito durante todo o ciclo olímpico por profissionais da área de ciências do esporte do COB, que engloba preparação física, técnica, tática e mental. Antes do embarque, o departamento também distribuiu um material com dicas e orientações, além de se colocar à disposição de todos em ação em Tóquio.

– Cada modalidade tem sua própria cultura e demandas psicológicas, com diferentes exigências emocionais e necessidade de diferentes estratégias mentais. É fundamental que se trabalhe para potencializar esse desenvolvimento psicológico, de forma que o atleta possa enfrentar e suportar adversidades, superando tudo isso. A psicologia do esporte se difere da psicologia em outros contextos à medida que temos o objetivo da performance – explica Markunas.

– O processo de estabelecimento de vínculo com atletas e treinadores é a base para, por um lado, prevenir dificuldades emocionais severas, como tem sido falado nesses Jogos a partir do exemplo da Simone Biles, e por outro, potencializar as habilidades mentais e emocionais para a performance – completou.

No Brasil, além de definirem ações do COB, as psicólogas trabalham acompanhando atletas e equipes. Na pandemia, os atendimentos aumentaram e passaram a ser realizados primordialmente online. Nos Jogos de Tóquio, o time de preparação mental tem uma sala no prédio do Brasil na Vila Olímpica e outras três na base de Chuo, interligadas a espaços de massoterapia, usada como tratamento auxiliar para os atletas.

Moreno, ex-capitão da Seleção masculina de vôlei que foi a quatro Jogos Olímpicos (Cidade do México-1968, Munique-1972, Montreal-1976 e Moscou-1980) e é coordenador do programa de carreira do atleta do COB, tem realizado também um trabalho com os treinadores. No caminho rumo a Tóquio, ele atuou junto a 15 técnicos e 21 atletas. No Japão, além de acompanhar treinos e competições, Moreno realiza atendimentos a 24 ou 48 horas antes do início de cada evento, ajudando na preparação para a competição.

– Com a experiência em Jogos Olímpicos, a gente pode contribuir tanto no linguajar dos atletas quanto no dos treinadores para que eles desenvolvam autoconhecimento, autodomínio, auto-liderança nos comportamentos e também fazer com que o otimismo esteja presente. Só os melhores estão aqui, se o atleta está nos Jogos é porque ele tem suas conquistas. Nossa maior preocupação é ajudar a desenvolver uma ótima relação entre treinador e atleta, principalmente de corresponsabilidade, em que um ajuda o outro – afirmou Moreno.

Marisa, por sua vez, acompanhou um competidor lesionado na hora de um exame e detectou sua apreensão para lidar com o momento. Ela, então, iniciou um trabalho para ajudar a minimizar a ansiedade e o desgaste emocional no processo de recuperação.

– Acredito que esses sejam os Jogos da saúde mental. Os atletas sofrem de questões emocionais na mesma proporção ou até mais do que as pessoas não-atletas. É necessário um acompanhamento durante todo o ciclo, durante os Jogos e depois da competição, quando pode vir à tona tudo que o atleta viveu ali – afirmou Carla.

 

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