A noite de segunda-feira (8/5) foi de novas notas oficiais de Comitê Olímpico do Brasil (COB) e da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) sobre os desdobramentos do caso Wallace.
Por volta das 21h, o COB, com declarações do presidente Paulo Wanderley Teixeira, afastou qualquer possibilidade de as Seleções ficarem fora do Pré-Olímpico. Para isso, o Comitê vai assumir as responsabilidades da CBV durante a suspensão de seis meses imposta pelo Conselho de Ética da entidade (veja nota do órgão).
“Em resposta à solicitação de questionamento, o Conselho de Ética do COB permitiu que o Comitê Olímpico do Brasil (COB) possa executar as ações de preparação de todas as equipes brasileiras de vôlei e de vôlei de praia, adultas e de base, enquanto vigorar a suspensão de seis meses imposta à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).
Tal medida inclui executar diretamente os recursos da Lei das Loterias previamente destinados à modalidade, fazer atendimento a atletas e garantir as ações voltadas aos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023 e aos Jogos Olímpicos Paris 2024.
Ao COB também caberá a inscrição das seleções feminina e masculina nos pré-olímpicos da modalidade, que ocorrerão em setembro e outubro, respectivamente – em outros eventos que requerem aval do comitê olímpico nacional.
A medida permitirá ainda que o COB realize a disputa do vôlei nos Jogos da Juventude, cuja edição de 2023 será realizada entre 1 e 16 de setembro em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo”, publicou o COB.
– O Comitê Olímpico do Brasil cumpre, como rege seu Estatuto, todas as decisões advindas de seu Conselho de Ética. Não poderia ter sido diferente. Mas também é nossa missão promover o esporte de alto rendimento no país e dar todas as melhores condições para os atletas de todas as modalidades que compõem o programa olímpico. Por isso, buscamos desde o início alternativas para que o vôlei continuasse a receber todo apoio necessário para continuar sendo uma das modalidades mais vitoriosas do Brasil – afirmou Paulo Wanderley Teixeira, Presidente do COB.
– Na quinta-feira, fizemos um pedido de esclarecimento e consideração ao Conselho de Ética para que o COB pudesse executar as ações do vôlei – custear viagens, inscrever as seleções, adultas e de base, em eventos. E, principalmente, assegurar a participação nos pré-olímpicos deste ano para Paris 2024. Hoje, podemos assegurar, com segurança e respaldo jurídico, que as seleções brasileiras de vôlei terão a chance de se classificar para os Jogos Olímpicos de Paris e que os atletas da modalidade continuarão contando com o apoio do COB em seus treinamentos – complementou.
Minutos depois, foi a vez de a CBV publicar uma nota de esclarecimento. Confira a íntegra:
1 – A CBV reafirma que não compactua com a postagem feita pelo atleta Wallace, nem com qualquer outro ato de incitação à violência, conforme manifestado desde o início.
2 – A CBV cumpriu todas as decisões impostas pelos órgãos controladores. A entidade e seu vice-presidente Radamés Lattari são alvos de punições por cumprirem estatutos, normas e as leis vigentes.
3 – A CBV nunca se negou a negociar com todos os envolvidos. Porém, qualquer solução precisa respeitar as competências constitucionais da justiça desportiva e os limites de atuação das entidades envolvidas.
4 – É importante ressaltar que muitas ações da CBV na preparação das equipes de quadra e praia para as competições são as chamadas “atividades meio”. Isso inclui o funcionamento do Centro de Treinamento de Saquarema, o pagamento de salário de treinadores, integrantes de comissões técnicas e colaboradores; ações sociais, e a realização de competições. Ou seja, um eventual custeio de “atividades fim” é importante, mas não é determinante para o desenvolvimento e a manutenção de toda estrutura do voleibol de quadra e praia do Brasil.
5- A CBV agradece o empenho do Ministério do Esporte na tentativa de encontrar uma solução consensual.
6 – O voleibol brasileiro atingiu seus atuais níveis de excelência e se tornou uma potência mundial com um trabalho conjunto e complementar da CBV, de seus parceiros e do Comitê Olímpico do Brasil. Destacamos que faremos todos os esforços para que assim continue.