A Superliga nem sequer começou e já convive com problemas de um dos participantes, o Botafogo.
Com duas semanas pela frente para a principal competição nacional ser iniciada, não se sabe se o clube carioca estará em quadra. Com dificuldades financeiras, o Fogão convive com atraso de salários, saída de jogadores e um baixo astral generalizado no clube.
Não é para menos. A temporada 2019/2020 marca (ou marcaria) o retorno do tradicional clube para a elite nacional. Foram várias tentativas de conseguir o acesso, numa busca por resgatar uma tradição na modalidade. Ao conseguir subir, o Botafogo homenageou gerações de desbravadores do esporte, incluindo Bebeto de Freitas. O feito, inclusive, aconteceu menos de um mês depois da morte do saudoso ex-treinador da Seleção Brasileira. Foi quase uma homenagem ao botafoguense ardoroso e apaixonado.
A diretoria admite ter pouco tempo para arrumar um patrocinador para bancar a temporada na elite. E assim cresce a possibilidade de o Botafogo desistir da Superliga.
Será um vexame e uma prova enorme de irresponsabilidade. Assim que subiu para a elite, o Botafogo foi rápido no mercado de transferências e contratou jogadores valorizados. A montagem do elenco mereceu elogios deste que vos escreve. E agora vai ficando provado que era tudo artificial. Promessas não cumpridas, falta de profissionalismo e perda de credibilidade.
Já vi filmes parecidos dos clubes de futebol na passagem pelo vôlei. E quase sempre com desfecho negativo. O Vasco montou um supertime feminino duas décadas atrás e deve salários até hoje. O Corinthians não conseguiu honrar os compromissos da equipe masculina na temporada passada e deixou a elite. O Fluminense convive com problemas atualmente entre as mulheres. Ruim, muito ruim.
É um fato a exposição maior que as camisas de futebol dão ao vôlei. Para o bem e para o mal.
TEXTO DE DANIEL BORTOLETTO, PUBLICADO INICIALMENTE NO LANCE!