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Coluna: mercado já sente reflexos da crise mundial

Investimento para a próxima temporada no vôlei brasileiro passou a ser incerto em muitos casos, diminuindo as movimentações no mercado
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Os reflexos da desaceleração da economia do planeta devido ao coronavírus já são vistos no vôlei brasileiro. O mercado de atletas, por exemplo, já está sendo impactado por um cenário de incertezas e mudanças de planos de patrocinadores.

O que era para ser um momento de muitas movimentações se transformou em calmaria preocupante. E por fatores puramente econômicos. O dólar e o euro dispararam, aumentando consideravelmente o custo de contratar estrangeiros. Para piorar, cotas de patrocínios apalavradas passaram a ser rediscutidas, com sinalização de diminuição de valores. É isso ou nada em alguns clubes. Em outros casos, parceiros atuais questionam inclusive o pagamento das parcelas pendentes da atual temporada, já encerrada no feminino e paralisada até segunda ordem no masculino. Gestores estão precisando convencê-los a seguir em dia.

Então, quem vai iniciar a montagem do time para 2020/2021 se não sabe se as contas de 2019/2020 fecharão no azul? Poucos já tiveram sinalizações positivas. Entre as mulheres, o top 5 (Dentil/Praia Clube, Sesc, Itambé/Minas, Sesi Bauru e Osasco Audax/São Cristóvão Saúde) foi ao mercado por já ter garantias de continuidade de investimento (alguns com redução, inclusive), mas também com cautela em vários movimentos. Não existe muita margem para erros. No masculino, o EMS/Taubaté, mesmo com salários atrasados, fechou com Bruninho aproveitando a brecha no orçamento com a saída de Lucarelli. Já o Sada Cruzeiro, com um apetite menor em comparação a anos anteriores, se movimentou em posições específicas (Alan e Miguel López) e com renovações.

O Fiat/Minas pintava como uma boa possibilidade, com expectativa de aumento de investimento da montadora. O campeão olímpico William, por exemplo, era um nome já acertado. Nos últimos dias, porém, o sinal de alerta foi ligado, após uma decisão da matriz italiana indicar diminuição do investimento em marketing.

Outro time grande no masculino em processo de “stand by” é o Sesi. O Sistema S sofreu um corte de 50% da alíquota recolhida pelas empresas, numa decisão do Governo Federal. Férias coletivas foram dadas e existe um estudo para fechamento de unidades do Senai, Senac e Sesc. Se isso acontecer o esporte, que já sofreu um corte na temporada passada, pode ter outra redução. Atletas com renovações apalavradas estão temerosos. Lembrando de que o encerramento da equipe masculina do Sesc foi anunciado no meio da Superliga.

Some a tudo isso vários times com histórico recente de atrasos salariais tanto na Superliga A quanto na B. E tenha certeza de que o momento é realmente de apreensão.

Por Daniel Bortoletto

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