Escrevi o primeiro parágrafo deste texto e o apaguei algumas vezes. Eu sei que o espaço é para escrever sobre vôlei, não faltou assunto nesta última semana, principalmente no Brasil, mas desta vez existe algo mais relevante para ser abordado.
O mundo está em quarentena pela pandemia do coronavírus. Não existe histeria, mas sim uma realidade dura, cruel e urgente para ser encarada de frente. Por todos nós, sem exceção.
Talvez os números internacionais ajudem a fazer a ficha cair para quem, no Brasil, ainda não acredita na seriedade do problema. Na Itália, 627 mortes em um único dia, mais de quatro mil no total, ultrapassando a China no topo do mórbido ranking. Nos Estados Unidos, 40% dos internados não são idosos, aqueles do grupo de risco. Atletas renomados de várias modalidades já foram contaminados.
Eu, você, minha esposa, meus filhos, nossos pais, irmãos e irmãs, amigos… Ninguém está imune. E todos somos potenciais multiplicadores da doença para nossos entes mais queridos. A conscientização é essencial. Nossa obrigação é tentar conter a disseminação, com disciplina redobrada nas questões de higiene das mãos e ficando em casa, em isolamento social, principalmente.
Uma geração que nunca teve o direito de ir e vir cerceado agora é obrigada a ficar em casa. Como é complicado ficar sem ver minha mãe, minhas irmãs, meus familiares e meus amigos. Concordo e sinto na pele. E por conta de um inimigo invisível, não pelas bombas de uma guerra, por exemplo. Mas temos de aceitar, entender, enfrentar e ajudar quem mais precisa. E imaginar que o mundo pós-pandemia do coronavírus será bem diferente, principalmente nas relações humanas.
Que possamos, em alguns meses, comemorar o fim deste pesadelo! E que sejamos seres humanos melhores!
TEXTO DE DANIEL BORTOLETTO PUBLICADO NO LANCE!