O vôlei brasileiro entrou em recesso neste fim de semana. A Superliga, em suas versões masculina e feminina, para até a primeira semana de janeiro. E até lá ninguém vai tirar de Minas Gerais o domínio nas quadras nacionais.
Os únicos dois times invictos na Superliga Cimed feminina são mineiros: o Dentil/Praia Clube e o Minas. Coincidentemente os dois representantes do país no último Campeonato Mundial.
A liderança é do atual campeão nacional Praia. Oito vitórias em oito jogos, 23 pontos, com apenas dois sets perdidos até aqui. Uma campanha impecável para a equipe de Uberlândia, digna de quem passou a investir ainda mais depois do inédito título da temporada 2017/2018.
E não dá para dizer que o melhor Praia já foi visto. O entrosamento da levantadora americana Carli Lloyd dá sinais de melhoria, mas ainda não é o ideal. A capitã Fabiana foi poupada das últimas rodadas de 2018 por um problema no joelho. Paulo Coco tem bem mais para tirar de um elenco muito experiente e qualificado.
Na sequência aparece o Minas. Vice-campeão mundial na China, semanas atrás, o time de Belo Horizonte soma 20 pontos, mas com um jogo a menos em relação ao arquirrival. Sete vitórias, 21 sets vencidos e quatro perdidos. Para quem busca encerrar um jejum na Superliga de mais de 15 anos, a campanha empolga o fanático torcedor.
Na noite de sexta-feira, na vitória sobre o Sesc por 3 a 2, Natália deu susto. A ponta, ao lado de Gabi o maior reforço do Minas para a temporada, sentiu dores no joelho. Entrou e saiu da partida para se tratar e fez questão de acalmar torcedores e familiares, dizendo acreditar não se tratar de nada mais grave. Para quem ficou mais de meio ano se tratando de um outro problema no joelho, é bom que não seja mesmo.
Definitivamente Praia e Minas são os times a serem batidos no vôlei feminino nacional. O campeoníssimo Sesc ainda patina, sentindo a ausência de Drussyla e ainda acompanhando a recuperação/adaptação da russa Kosheleva. O tradicional Osasco/Audax ainda não se encontrou e está longe de ser o temido time de outros épocas.
Já na Superliga masculina, dominada neste década por outro mineiro, o Sada/Cruzeiro teve a chance de virar o turno na liderança, mas perdeu para o Sesi na noite deste sábado, ficando um ponto atrás do Sesc. Não é pouco, visto que o time muito bem dirigido pelo argentino Marcelo Mendez há quase uma década enfrentou a maior reformulação do projeto com as saídas de Leal, Simon e Uriarte. O técnico pediu paciência ao torcedor, viu a equipe ser eliminada precocemente no Mundial da Polônia e prometeu, dois meses atrás, melhores atuações em dezembro. Foram nove vitórias seguidas na competição nacional até o revés de ontem e a sensação de que há espaço para crescer.
Para os rivais de Dentil/Praia Clube, Minas e Sada/Cruzeiro, resta pedir para o Papai Noel como presente mais chances em 2019.