O mundo foi sacudido, nesta quinta-feira, com a ação militar da Rússia na Ucrânia, iniciada com uma movimentação de tropas por terra e ataques com mísseis em diversas cidades, segundo relatos das agências de notícias. A comunidade internacional teme uma escalada de violência em grandes proporções, já apontando a decisão de Vladimir Putin como a mais perigosa para a paz do planeta desde a Segunda Guerra Mundial.
Potências mundiais condenam a decisão de Putin e planejam ações para evitar um agravamento da crise, além da promessa de sanções econômicas aos russos pela “agressão a um vizinho soberano”. O espaço aéreo de vários países vizinhos de Rússia e Ucrânia já foi fechado para voos comerciais, com a possibilidade de mobilização de força militar a partir de uma reunião dos integrantes da Otan, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, nesta sexta-feira (25/2).
Tal cenário de tensão e incertezas gera, obviamente, dúvidas sobre desdobramentos em vários setores, como o esporte. E o vôlei é um deles.
A Rússia será sede do Campeonato Mundial masculino de vôlei. A competição está prevista para começar no dia 26 de agosto, reunindo 24 seleções em dez cidades russas, terminando em 11 de setembro.
Antes mesmo da escalada bélica na região, alguns países já revelavam publicamente o interesse em organizar o Mundial caso a Rússia ficasse impossibilitada e/ou proibida. A Polônia foi um deles, a partir de declaração do presidente da federação local.
A Rússia também organizará etapas da Liga das Nações (VNL). No masculino, a cidade de Kemerovo receberá sete seleções entre 5 e 10 de julho. No feminino, entre 28 de junho e 3 de julho, a cidade de Ufa organizará uma etapa, com a presença inclusive do Brasil.
A invasão russa também terá um efeito imediato em competições de clubes. A Champions League de vôlei entrará em sua fase de playoffs em março. Entre os homens, o Zenit São Petersburgo receberá o Perugia, da Itália, no próximo dia 9. Outro representante russo, o Dínamo Moscou, terá como rival nesta fase o Zaksa Kedzierzyn-Kozle, com datas ainda não divulgadas pela Confederação Europeia. No feminino, são três representantes russas nas quartas: Dínamo Kazan, Dínamo Moscou e Lokomotiv Kaliningrado. Os dois primeiros farão um duelo local, enquanto o Lokomotiv prevê receber o Fenerbahce, da Turquia, no dia 9/3.
Em fases anteriores e até na temporada passada, confrontos previstos entre times russos e ucranianos deixaram de acontecer por conta das delicadas relações diplomáticas entre os países. Até sorteios precisaram ter regras alteradas para evitar a possibilidades de jogos entre times da Rússia e da Ucrânia.
Por enquanto, não existem declarações oficiais da Federação Internacional e da Confederação Europeia sobre desdobramentos no vôlei da invasão russa ao território ucraniano. Mas ninguém duvida de que o mundo, como um todo, verá consequências em breve depois deste histórico 24 de fevereiro de 2022.
Por Daniel Bortoletto
