É impossível ver uma partida do Japão atualmente no vôlei sem ficar admirado, boquiaberto, espantado. E o comentário vale tanto para a seleção masculina quanto a feminina.
Em um vôlei cada vez mais físico, mais alto e com pontos vencidos rapidamente na base da força, o Japão mostra ao mundo que a técnica ainda pode fazer a diferença.
Não à toa, a Liga das Nações de 2024 termina neste domingo com o Japão presente nas duas finais. Algo inédito e histórico. Independentemente do resultado da decisão masculina, será que estamos vendo uma pequena volta ao passado?
Desde sempre, a escola japonesa ficou conhecida pelo volume de jogo. Um sistema defensivo quase intransponível, que exige do adversário paciência para atacar algumas vezes para fazer um mísero ponto. Ao somar a velocidade do sistema ofensivo, o Japão criou um modelo de jogo. Durante algumas décadas, foi suficiente para ser protagonista.
Com o aperfeiçoamento da preparação física e a presença de atletas cada vez mais altos e fortes, o mundo do vôlei evoluiu e mudou. E o Japão deixou o top internacional durante um bom tempo. Basta olhar as listas de campeões de grande competições e perceber um sumiço japonês por algumas décadas.
Atualmente, o vôlei japonês consegue conciliar os dois extremos: a evolução física para ter atacantes com poder de definição e o impressionante poderio defensivo, capaz de protagonizar um rally de quase um minuto no vôlei masculino, algo surreal, como visto na semi da VNL contra a Eslovênia.
Até onde esse vôlei japonês pode chegar no masculino e no feminino? Com um cenário mundial tão equilibrado, a resposta é muito difícil de ser dada com exatidão. Mas um coisa é inegável: ver a seleção do Japão jogando é uma experiência única para quem gosta de ver um vôlei bem jogado.
Por Daniel Bortoletto