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Conheça Natália Lara, 25 anos, a nova voz da Superliga Feminina

Natália Lara estreia neste sábado na TV Cultura como a primeira mulher a narrar jogos da Superliga Feminina de Vôlei na TV aberta
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A TV Cultura estreia neste sábado na Superliga Feminina 2019/2020 – na partida entre Osasco/Audax e Pinheiros, a partir das 19h, no Ginásio José Liberatti – com uma dupla de respeito – e formada por mulheres na nova atração da emissora. Para os amantes do vôlei, significa a volta do esporte à TV aberta e a chance de a modalidade ganhar mais notoriedade e se manter como o segundo maior esporte do país.

A paulistana Natália Lara, 25 anos, que vem fazendo história como uma das primeiras narradoras de futebol no Brasil, agora vai encarar o desafio de narrar partidas de vôlei. Ao lado dela, os fãs do esporte terão os comentários de Vera Mossa, ex-ponteira da Seleção Brasileira e uma das jogadoras mais talentosas da sua geração. Hoje, também conhecida como mãe do levantador Bruninho, campeão olímpico nos Jogos do Rio-2016, fruto do seu relacionamento com o técnico Bernardinho.

Natália Lara, que ganhou projeção ao participar do projeto “Narra Quem Sabe”, concurso promovido pela Fox Sports no ano passado,  foi a primeira mulher a fazer parte do quadro de narradores da DAZN, em setembro deste ano. Formada em Rádio e TV pela Faculdade Cásper Líbero, ela narrou o heptacampeonato da Seleção Brasileira feminina na Copa América, foi a primeira mulher a narrar a final do Paulistão e também a primeira narradora de rádio FM em São Paulo. Dentre outras coisas, foi contratada pela Federação Paulista de Futebol para narrar o Paulista Feminino e também convidada pela CBF pra narrar o Brasileirão Feminino, inclusive sendo a voz das finais.

Natália Lara narrou os jogos do Paulista Feminino (Instagram/Reprodução)

A estreia dela como a voz feminina no vôlei aconteceu na última terça-feira, na partida entre Valinhos e Dentil/Praia Clube, pela primeira rodada da Superliga, no Canal Vôlei Brasil – que distribuiu o conteúdo por meio da assinatura pay-per-view da TV NSports, pela internet. Mas, sua primeira narração de vôlei na TV aberta será neste sábado.

Nesta entrevista exclusiva ao Web Vôlei, Natália fala um pouco da sua trajetória na narração esportiva, conta como se prepara para narrar os jogos, diz quem são os colegas de profissão que ela admira tanto no futebol quanto no vôlei, revela que é apaixonada por esportes de maneira geral e admite que vai rolar o famoso “frio na barriga” quando a bola subir para o primeiro saque no José Liberatti, logo mais.

WEB VÔLEI – De onde veio essa paixão pela narração, primeiramente no futebol? Como foi sua trajetória até aqui?

NATÁLIA – Sou formada em Rádio e TV pela Faculdade Cásper Líbero. Desde sempre gostei de acompanhar esportes, principalmente futebol e vôlei. Mas sou dessas que quando começa Olimpíadas e Copa do Mundo, eu assisto absolutamente tudo. Quando eu me formei na faculdade, eu sabia que queria seguir carreira na locução, pois eu sempre gostei da profissão, de me expressar, falar e emocionar as pessoas (inclusive fiz muitos anos de teatro na vida). Fiz um curso profissionalizante de Locução no SENAC, e na semana seguinte que acabou este curso, eu já engatei pra estudar narração esportiva, também no SENAC. E foi lá que eu descobri que realmente gostava de narração e que queria seguir nesse caminho, porque antes nunca tinha pensado efetivamente que poderia ser uma alternativa de profissão pra mim, por nunca ter visto mulheres na área.

WEB VÔLEI – Como foi a experiência no “Narra Quem Sabe”?

NATÁLIA – Alguns meses depois de me formar em narração, o Fox Sports abriu o processo seletivo “Narra Quem Sabe” e eu resolvi me inscrever, e fui selecionada pra fazer o processo e treinamento. Também foi lá que eu fiz minha primeira narração, que foi numa parceria com a CBF TV onde narrei o jogo do heptacampeonato da seleção feminina na Copa América. Mas infelizmente no final do processo não fui selecionada pra narrar na Copa. De lá eu continuei persistindo atrás das minhas metas. Fui convidada pra narrar o primeiro Pan-Americano Universitário no Brasil, o FISU America Games, onde narrei diversas modalidades esportivas (futebol, futsal, atletismo e atletismo paralímpico). Depois fui chamada pela FPF pra fazer o Paulista Feminino. E posteriormente entrei em duas web rádios, a Arquibancada Esporte Clube e a Rádio Arena Esportes, onde fiz diversos campeonatos, aprendi e me desenvolvi muito. No meio disso tudo surgiram os convites da TV Cultura pra fazer o Torneio Internacional de Futebol Feminino, que foi a minha estreia na televisão.

E, agora recentemente, o convite para as finais do Paulista Feminino e para a Superliga feminina de vôlei. Nesse meio tempo, também fui contratada pelo DAZN, onde já narrei o Paulista Sub-20 e toda a Copa Libertadores Feminina. E ao mesmo tempo também convidada pela TV NSports pra narrar a Superliga simultaneamente pelo Canal Volei Brasil.

WEB VÔLEI– Você curte e acompanha o esporte ou está acompanhando agora, depois do novo projeto da TV Cultura?

NATÁLIA – Narrar uma partida de vôlei sempre foi um sonho. Desde sempre acompanhei e acompanho muito a modalidade e sou grande entusiasta. Não só acompanho os campeonatos estaduais, como sempre acompanhei também a Superliga, jogos olímpicos, etc.

WEB VÔLEI – Em um vídeo no Twitter, você conta como se prepara para narrar uma partida de futebol e que já desenvolveu um ritual, com anotações, informações do estádio, números, histórico… Como vai ser no vôlei?

NATÁLIA – No vôlei, a preparação segue mais ou menos a mesma linha de estudos e anotações do futebol, o que muda é que eu preciso desenvolver com uma linha de raciocínio por se tratar de um esporte muito diferente. Como eu já trabalho com futebol feminino, eu já aprendi a tirar o famoso “leite de pedra” e procurar na maioria de fontes que eu conseguir pra reunir as melhores informações que eu encontrar. E já comecei a entrar em contato com as assessorias, que mesmo que às vezes podem não ter um press kit, mas já te dão informações valiosas pra usar na transmissão.

WEB VÔLEI – Como foi a preparação para a estreia? O torcedor do vôlei é bem corneta (risos)…

NATÁLIA – Eu considerei a repercussão muito boa da divulgação! Vejo muita gente animada com as transmissões e de poder acompanhar o campeonato na íntegra. Mas sem dúvidas é uma torcedor muito apaixonado e que conhece muito bem o esporte, por isso estou estudando muito pra ficar bem preparada e minimizar a chance das cornetas (hahaha).

Natália foi a primeira narradora mulher contratada pela DAZN (Instagram/Reprodução)

WEB VÔLEI – Você chegou a conversar com profissionais da área nesse processo de se preparar para narrar um novo esporte?

NATÁLIA – Sim, tive a oportunidade de conversar com alguns narradores, comentaristas e ex-jogadores pra aprender mais sobre a modalidade e transmissões. Mas também estou estudando regras, jogadas, etc, e assistindo a muitos jogos. Tive a sorte de pegar essas últimas semanas de finais de campeonatos e Supercopa.

WEB VÔLEI – Quais as diferenças entre narrar uma partida de futebol e uma de vôlei? Ritmo, bordões, o que muda?

NATÁLIA – Na verdade tudo muda. É um esporte completamente diferente do futebol, com um vocabulário próprio e específico, com regras diferentes, ritmo e jogadas. A parte técnica pra narrar é a mesma, no sentido de dar emoção, articular as palavras, respiração, respiração diafragmática, colocação vocal, entre outros aspectos. Mas em relação a bordões, eu acredito que, assim como os bordões do futebol, logo os de vôlei vão começar a aparecer, é bastante natural. E também estou estudando uma possibilidade de adaptar os que eu já tenho.

WEB VÔLEI – Apesar de você já ter experiência na narração, acha que vai rolar um friozinho na barriga quando o primeiro saque for dado na sua narração neste sábado, na TV aberta?

NATÁLIA – Sem sombra de dúvidas! Sempre dá um friozinho na barriga, e eu espero que dê mesmo! Costumo dizer que se algum dia não der frio na barriga, é porque não tá valendo a pena. O importante é controlar a ansiedade e o nervosismo e fazer o melhor trabalho possível!

WEB VÔLEI – Como tem de ser essa relação narrador-comentarista – no caso com a Vera Mossa? Tem de ter sincronia, vocês combinam algo ou deixam rolar naturalmente na hora mesmo?

(Instagram/Reprodução)

NATÁLIA – A relação narradora-comentarista precisa ter boa comunicação, bom entendimento entre os dois e muita parceria. Eu sempre faço questão de conversar com a pessoa antes da transmissão e deixá-la a vontade para fazer seus comentários quando sentir a necessidade (menos em lances chave, como num lance de gol no futebol, por exemplo), e também faço deixas para o comentarista falar.

WEB VÔLEI – Você tem algum narrador-espelho no vôlei? E no futebol?

No vôlei as minhas maiores referências são o Bruno Souza, o Luiz Carlos Jr e o Marcelo do Ó. No futebol, as principais são Luis Roberto, Rogério Vaughan, Nivaldo Prieto e Gustavo Villani na TV; e Renato Rainha (foi meu professor no SENAC), Eder Luiz e Oscar Ulisses no rádio.

Por: Patrícia Trindade

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