Com 40 pontos de Tandara e de virada, o Sesc RJ derrotou o Dentil Praia Clube por 3 sets a 1 – parciais de 18-25, 25-21, 25-23 e 25-23 -, na noite deste sábado, na Arena Jaraguá do Sul (SC), e comemorou o tetracampeonato da Copa Brasil – levantou a taça nas edições de 2008, 2016 e 2017.

O Praia buscava o título inédito e amargou seu quarto vice-campeonato no torneio (2016, 2018, 2019 e 2020).  Perdeu duas vezes para o Sesc, uma para Osasco e uma para o Itambé/Minas – ano passado. O campeão da Copa Brasil ganha o direito de disputar a Supercopa, em setembro, contra o vencedor da Superliga. A partida será na cidade gaúcha de Gramado.

Tandara comentou a vitória, quase sem voz, de tanto gritar durante o jogo:

– Foi uma conquista muito importante. É a nossa segunda final do ano, nosso segundo título e está todo mundo emocionado. Conseguimos reverter em quadra um primeiro set onde não vimos a cor da bola. Tenho certeza de que a união do time foi mais forte, foi determinante. Eu consegui chamar a responsabilidade, fazer o meu papel, que é virar bola. É o meu trabalho. Agora vamos comemorar porque terça já temos que virar a chave para entrar em quadra pela Superliga – disse a oposta.

A ponteira Drussyla deixou a quadra muito emocionada, chorando. Ela passou por uma cirurgia na canela no final do ano passado,  ainda está sem ritmo de jogo e visivelmente fora de forma física e técnica. A jogadora entrou no primeiro set para substituir Peña, e foi marcou apenas três pontos em três sets. Errou duas bolas decisivas no final do quarto set e sentiu o peso de uma eventual virada do Praia, mas foi dela o ponto do jogo, numa bola de xeque, na rede, que determinou a vitória carioca.

A central Carol, do Praia, acredita que o jogo foi decidido no detalhe chamado “Tandara”.

– Faltou parar a Tandara. A gente fez tudo certo, mas faltou o detalhe, que foi parar a Tandara.

Outros destaques do Sesc foram Amanda, com 14 pontos, Juciely, com 12, Milka 6, Fabíola 4 e Drussyla, 3.

Pelo Praia, Martinez anotou 28 pontos. Carol, Fernanda Garay e Pri Daroit marcaram 12 pontos cada. Walewska pontuou 9 vezes, Michelle 3, e Fran, 2.

O jogo

O time de Uberlândia começou a partida com o modo rolo compressor ligado: fez logo 7 a 1, depois 9 a 2, aproveitando-se dos erros de recepção do equipe de Bernardinho. O Sesc chegou a equilibrar a partida, diminuindo a vantagem para três pontos (9 a 6 e depois 11 a 8), mas Claudinha jogou com o passe na mão praticamente o tempo inteiro e Martinez estava inspirada.

Aproveitando os erros do Sesc, o Praia abriu novamente boa frente. Bernardinho tirou a ponteira dominicana Peña no final do set, mas Drussyla também não resolveu. Foi em cima de um erro de passe dela que o time do Rio fechou a parcial em 25 a 18, abrindo 1 set a 0 na partida. O Praia cometeu 4 erros, contra 8 das rivais. O time do Triângulo foi melhor também no ataque: 13 x 10.

Bernardinho começou o segundo set mantendo Drussyla no lugar da Peña e o Sesc começou melhor, defendendo bem e pontuando nos contra-ataques. Aos poucos, no entanto, o Praia buscou o placar. Chegou a estar perdendo por uma diferença de 4 pontos, mas começou a amortecer bem os ataques rivais, colocando a bola no chão com Martinez e Garay e empatou em 17 a 17 e manteve a igualdade em 19 a 19.

Daí pra frente, Tandara voltou a fazer a diferença – foram 11 pontos dela na parcial, a equipe carioca voltou a pontuar nos contra-ataques e ainda contou com um ace da oposta na reta final. Juciely, na china, fechou o set em 25 a 20, empatando a partida em 1 a 1.

Com Carol no saque, o Praia fez 4 a 1 e Bernardinho pediu tempo. O Sesc seguia com problemas na virada de bola e, em nova boa passagem no saque do time mineiro, desta vez com Martinez, o Praia abriu 9 a 2, obrigando Bernardinho novamente a parar o jogo. A bronca surtiu efeito e a equipe do Rio reagiu. Juciely foi para o saque e só saiu de lá com o jogo empatado em 10 a 10.

Paulo Coco tirou Suelen e voltou com Laís como líbero e o jogo seguiu equilibrado. Tandara fez toda a diferença no set. Dos 25 pontos marcados pelo Sesc, 13 foram marcados pela oposta da Seleção. A equipe carioca fechou a parcial em 25 a 23 e abriu 2 a 1 no jogo, com 13 pontos de Tandara.

O Praia começou o quarto set muito bem no bloqueio e fez logo 3 a 0. O Sesc empatou com dois contra-ataques e um erro das rivais. O confronto seguiu equilibrado até o 12º ponto, quando os contra-ataques e o saque do Sesc voltaram a fazer a diferença e o time abriu vantagem de 17 a 14 e depois 23 a 20. Mas, o time mineiro não se entregou, marcou bem Tandara e empatou em 23 a 23. Numa bola de meio com Milka e numa largada de xeque de Drussyla, a estrela do técnico Bernardinho voltou a brilhar e o Sesc fechou o set em 25 a 23, comemorando o título com a vitória por 3 a 1.

Superliga

Para chegar à final, o time do Rio derrotou o Sesi, na sexta-feira, por 3 sets a 0. A equipe do Triângulo eliminou o Minas. Pela Superliga, o Sesc RJ volta à quadra na próxima terça-feira, contra o Flamengo, às 19h30, no Ginásio do Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro, pela quarta rodada do returno, com transmissão pelo Globoesporte.com.

O Praia enfrenta o Curitiba, no mesmo dia, às 20h, no Ginásio da Universidade Positivo, em Curitiba (PR), com transmissão pelo pay-per-view do Canal Vôlei Brasil. Confira aqui a classificação.

DENTIL PRAIA CLUBE: Claudinha, Martinez, Fê Garay, Pri Daroit, Walewska, Carol e Laís (líbero). Entraram: Fran, Michelle, Monique, Suelen. Técnico: Paulo Coco

SESC RJ: Fabíola, Tandara, Amanda, Peña, Juciely, Milka e Natinha (líbero). Entraram: Gabiru, Drussyla. Técnico: Bernardinho

COPA BRASIL FEMININA – TODOS OS CAMPEÕES

2007 – Rexona-Ades (RJ), em Brusque (SC)
2008 – Finasa/Osasco (SP), em Curitiba (PR)
2014 – Molico/Nestlé (SP), em Maringá (PR)
2015 – E.C Pinheiros (SP), em Cuiabá (MT)
2016 – Sesc-RJ, em Campinas (SP)
2017 – Sesc-RJ, em Campinas (SP)
2018 – Vôlei Nestlé, em Lages (SC)
2019 – Itambé/Minas, em Gramado (RS)
2020 – Sesc RJ, em Jaraguá do Sul (SC)