Quando o Sesi Bauru entrar em quadra na tarde desta quinta-feira (1/5), no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, para enfrentar o Osasco/São Cristóvão Saúde, às 15h45, pela final da Superliga Feminina de vôlei, Dani Lins encerrará o jejum de 11 anos desde que chegou à sua última decisão da principal competição nacional. E justamente na temporada mais desafiadora da longeva e vitoriosa carreira.
Aos 40 anos, Dani Lins viveu um drama pessoal já na reta decisiva da temporada, ao descobrir um nódulo na tireoide, que demandava uma cirurgia com urgência, sem ter qualquer certeza médica de um prazo para retornar ao esporte. A jogadora passou pelo procedimento no dia 15 de março e, duas semanas depois, já estava em quadra novamente, liderando o Sesi Bauru na vitória por 3 sets a 0 sobre o Fluminense, na abertura dos playoffs das quartas de final da Superliga.
Entrou em quadra ainda com pontos no local do procedimento cirúrgico no pescoço e quase sem voz. E ainda assim foi protagonista, para emoção de quem estava no ginásio e contagiando as companheiras de time. O Sesi Bauru, que terminou a fase classificatória apenas na quinta colocação, eliminou o Fluminense, quarto colocado, nas quartas de final com direito a um 3 a 0 no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, no terceiro confronto da série melhor de três. Depois precisou só de dois jogos para despachar o Dentil/Praia Clube, líder isolado da primeira fase, com uma vitória por 3 a 1 em Uberlândia e outra por 3 a 0 em Bauru no playoff das semifinais.
– Carro velho, quando para, descansa e volta melhor – brincou Dani Lins.
SELECIONÁVEL
O desempenho de Dani Lins nesta reta final da Superliga ainda reacendeu um tema já adormecido: a volta dela para a Seleção Brasileira. Campeã olímpica em Londres-2012, a levantadora ficou fora da convocação para Tóquio, em 2021, e naquele momento decretou a aposentadoria da Amarelinha.
Ao ser questionada sobre uma volta, ela tem dito que suas prioridades são outras ao fim da temporada de clubes. Uma delas é acompanhar o marido Sidão, ex-jogador de vôlei, na carreira de treinador da categorias de base do Sesi. A outra é curtir as férias e ver o crescimento da filha Lara, presença constante nos jogos.
O adversário da final desta quinta-feira é indigesto. Osasco já ganhou dois títulos em cima do Sesi Bauru só nesta temporada: o Campeonato Paulista e a Copa Brasil. Ainda com a voz falha por conta da cirurgia, Dani Lins dá pistas sobre onde consegue energia e motivação para continuar em alto nível.
– Não é fácil, aos 40 anos, estar tentando jogar em alto nível. Mas quando você faz o que ama, fica mais fácil. Amo isso aqui, faço com muita vontade – disse.