A presença do desafio em todos os jogos foi a novidade mais alardeada pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e mais festejada por times e fãs para a temporada 2024/2025 da Superliga. Mas, com três rodadas incompletas, falhas na operação e quedas constantes do sistema têm transformado a agenda positiva em críticas merecidas.
Um problema frequente tem sido a impossibilidade de usar o equipamento em todo o jogo. Virou rotina os repórteres de quadra do Sportv, que transmite a maioria esmagadora das partidas, avisarem que o desafio “está fora do ar”. Falhas de conexão no ginásio e necessidade de reiniciar o sistema costumam ser as alegações. Quando isso acontece, resta torcer para nenhum lance duvidoso acontecer durante o “apagão”.
Tal cenário já foi visto em anos anteriores, então não surpreende tanto. Mas ele ganha mais relevância quando o desafio acumula outros problemas.
Nesta semana, por erros de operação, lances foram julgados com imagens erradas. Aconteceu com Joinville x Praia Clube, ontem, causando irritação de atletas, comissões técnicas e da própria arbitragem. Foram necessários quatro longos minutos para confirmar um toque na rede de um bloqueador, em um lance quase trivial. Durante o processo, a transmissão da TV flagrou o árbitro Flavio Campos soltando um palavrão.
Em outro jogo, seis minutos de paralisação para chegar à conclusão que o momento solicitado pelo desafio não existia por alguma falha no sistema. Sem falar em imagens usadas para confirmar uma marcação sem qualquer nitidez quando são mostradas pela TV, mantendo a dúvida do telespectador.
Antes de a Superliga começar, a CBV anunciou a capacitação de mais profissionais para operar o desafio e um investimento de cerca de R$ 4 milhões para comprar mais equipamentos e viabilizar a tecnologia em todos os jogos. Mas a boa intenção precisa ser rapidamente substituída pela eficiência. Só assim os elogios sobre ter desafio em toda a Superliga serão merecidos pela utilização rápida e correta da tecnologia.
Por Daniel Bortoletto