Inauguro nesta terça-feira (23/7) esse espaço mais parecido com um blog para trazer uma espécie de diário de viagem das três semanas em Paris para a cobertura dos Jogos Olímpicos.

Mais curiosidades e bastidores da Cidade Luz, do seu funcionamento, dos seus personagens. Opinião e análise ficam reservadas para outro espaço.

Desembarquei nesta tarde no Aeroporto de Orly, depois de uma escala em Lisboa. E a delegação brasileira de boxe estava no mesmo voo de pouco mais de duas horas entre as duas capitais europeias.

Com as camisetas amarelas do enxoval do COB e alguns com as luxas penduradas na mochila, eles chamavam a atenção desde a fila do embarque em Lisboa. Outros passageiros queriam saber mais sobre o esporte e sobre as chances de medalha.

Durante os 120 minutos de viagem, silêncio, alguns cochilos e goles d’água, uma vez que trechos dentro da Europa quase sempre são “low cost”. Um snack qualquer acompanhado por um refri passa dos 10 euros.

Mas ao pisar na França o clima mudou. O time de boxe foi recebido por integrantes da organização e levado para o setor de validação do credenciamento. E no caminho surgiu um megafone, uma caixa de som e assim as brincadeiras rolaram soltas entre os atletas. Tentativas de algumas palavras em francês e aquele swing brasileiro arrancaram sorrisos de quem quem estava por perto.

– Esse pessoal do esporte é pura alegria – ouvi de um passageiro ao meu lado na escada rolante.

Bia Ferreira, um dos grandes nome de toda a delegação brasileira, festejou nas redes sociais assim que recebeu a credencial. Os bem-humorados responsáveis pelo credenciamento faziam questão de pendurar a credencial no pescoço de cada atleta depois da validação. Para alguns deles, pode ser um prenúncio do que acontecerá no pódio em Paris. Bia, por exemplo, tem a prata de Tóquio-21 e é muito cotada para disputar o ouro mais uma vez.

Pelos resultados recentes e pelo clima do desembarque, aposto que o boxe vai trazer alegrias para o Brasil em Paris. Estarei na torcida!

Por Daniel Bortoletto, em Paris