Nesta quinta-feira (25/7), foi possível sentir o clima olímpico de verdade em Paris pela primeira vez, um dia antes da abertura oficial. A Cidade Luz mudou de vez.
Uma quantidade bem maior de policiamento nas ruas, estações de trem e metrô e, logicamente, nas instalações esportivas. Alguns com armamento pesado destoam do clima festivo de torcedores se aglomerando para ver as competições, disputando por vezes quem é o mais original nas fantasias ou mais patriota com bandeira em punho e rosto pintado.
O rigor na revista para entrada nas arenas mudou de patamar. Muitas vezes os operadores de RX parecem observar os mínimos detalhes dos pertences pessoais dentro das mochilas. E assim as filas viraram parte da paisagem.
Filas, essas bem grandes, se formam em diversos pontos. No centro de exposições que recebe voleibol, handebol e tênis de mesa nos Jogos, a disputa pela maior fila foi equilibrada. Entre um jogo ou outro de handebol, pessoas esperavam um bom tempo para atendimento nos quiosques de comida, para entrada na loja oficial e inclusive para tirar foto com os aros olímpicos.
No caso da alimentação, me pareceu que o planejamento não dimensionou corretamente a demanda. Perto da entrada e de um lounge de convivência, apenas um ponto de venda funcionando, enquanto mais dois, ao lado, estavam fechados. Creio que todos estarão abertos quando tivermos eventos simultâneos das três modalidades no decorrer das semanas.
Fica perceptível ainda o mau humor de muitos moradores locais com o caos nas calçadas, no transporte público e no comércio em geral. Para eles, o único recado possível: ainda vai piorar bastante.
Por Daniel Bortoletto, em Paris