O central Diego Dutra, do Brasília, usou as redes sociais para revelar um caso de homofobia sofrido na noite desta sexta-feira, durante a partida contra o Funvic/Natal.
Segundo Dutra, ele identificou o autor, passando a informação para a arbitragem e para o delegado do jogo, responsáveis pela súmula. Confira o texto escrito por Dutra sobre o caso.
“Bom, hoje perdemos um jogo importante, fico triste, mas o que mais me deixou triste foi o ato de discriminação que eu fui obrigado a ouvir em relação à minha orientação sexual.
Aí, saca logo, seu baitola!
Essas foram as palavras do indivíduo que me ofendeu. Estava vestido com a camisa amarela do Brasil. Assim ele foi identificado.
Uma palavra de uso pejorativo para me insultar. Graças a Deus vários torcedores ouviram e mostraram quem foi. Reportei ao árbitro e delegado sobre o acontecido antes da minha ação de saque. Por fim, ele seguiu até onde pude perceber no ginásio, me pediu perdão e eu não aceitei esse perdão. Não vou aceitar isso calado. Então vim aqui expor essa situação. Falei para o delegado que não aceito. É inadmissível isso no século 21.
Eu segurei a onda o joga inteiro com vontade de falar poucas e boas para esse cara. Segui o jogo com um nó na garganta. Espero que ele seja notificado. O delegado responsável sabe quem foi. Vôlei Funvic, isso não deve ficar impune.
Aos atletas e amigos da equipe adversária que me acolheram e aos meus companheiros de equipe, meu muito obrigado.
Eu peço respeito, eu estava fazendo o meu trabalho, me dedicando e fazendo o meu melhor. Enfim, queria compartilhar com vocês para que isso não se repita. Sei que é basicamente impossível isso acontecer, mas acontecer, mas vou conseguir ficar calado e dormir sem expor esse acontecimento”.
A postagem foi respondida por outros atletas, dando apoio ao central Dutra. Uma das respostas foi de Tifanny, primeira transexual a jogar a Superliga feminina.
– Mais um caso de homofobia nos ginásios e isso não pode ficar impune. Eu me solidarizo com o atleta Diego Dutra por ter que passar por isso. E o criminoso continua no ginásio como se nada tivesse acontecido – escreveu a jogadora do Osasco/São Cristóvão Saúde.