Algumas atletas extrapolam a admiração do país-natal e são queridas mundo afora. Com certeza Eda Erdem faz parte desta lista bem restrita.
A meio de rede de 37 anos disputa em Paris a sua terceira edição de Jogos Olímpicos (décimo lugar em Londres-2012 e quinto em Tóquio-2021). Ela é uma ponte entre duas gerações, com a atual tendo conquistado os melhores resultados da Turquia na modalidade em todos os tempos.
No atual ciclo, com o crescimento turco, a rivalidade com o Brasil ficou mais acirrada. Mas nada que diminuísse a admiração do nosso vôleifã pela “Titia”, como carinhosamente é chamada. E, em entrevista ao Web Vôlei nesta quinta-feira (1/8), ela garantiu que o carinho é recíproco.
– Sempre time muitas companheiras brasileiras e realmente eu amo o Brasil. Gosto da paixão que vocês têm pelo voleibol. Os fãs são muito loucos. Não importa o que aconteça, eles apoiam o time. E realmente gosto disso. De verdade, eu gosto muito – disse Eda Erdem depois da marcar 14 pontos na virada sobre as dominicanas.
Desde 2008 defendendo o Fenerbahce, algo raro no vôlei mundial, Eda Erdem foi dirigida por José Roberto Guimarães, teve Fofão, Fabiana, Paula Pequeno, Mari, Fernanda Garay, Natália e Macris como companheiras de time. Hoje ainda atua com Ana Cristina.
A TURQUIA EM PARIS
Campeã da Liga das Nações e do Europeu em 2023, a Turquia chegou em Paris como uma das favoritas ao pódio. Em duas rodadas, saiu em desvantagem em ambas e virou sobre holandesas e dominicanas. Para Eda Erdem, o segredo está em uma virtude do time:
– Somos muito lutadoras. Nunca desistimos e estamos sempre acreditando. Sabemos que somos capazes. Se jogamos bem, somos uma das melhores do mundo – disse.
Hoje, ela voltou a ter Zehra Gunes como companheira no meio de rede. A jogadora do Vakifbank fez seu primeiro jogo depois de dois meses de tratamento para um problema no joelho. Eda festejou o retorno:
– Uma jogadora muito importante para o nosso time. Ficamos bem felizes de a Zehra poder jogar hoje. Sabemos o quanto ela trabalhou duro fora de quadra durante a recuperação. Acredito que jogo após jogo ela vai estar ainda melhor.
Por fim, a “Titia” ainda fez um balanço da partida. Segunda ela, um alerta para os jogos mais importantes que virão pela frente em Paris.
– Diria que estamos muito felizes pelo resultado de hoje. No primeiro set nosso time começou muito lento, nada estava dando certo. Elas nos colocaram em dificuldades, defenderam demais. Depois da derrota no primeiro set, conversamos sobre ser mais agressivas para fazer a diferença. E foi o caminho que encontramos para a virada. Do segundo set em diante, começamos a receber melhor, nossa defesa apareceu e pontuamos em quase todos os contra-ataques. Conseguimos ficar no controle das ações – comentou.
– Foram dois jogos bem complicados, mas isso é Olimpíada. Passamos pelos dois primeiros desafios e agora temos a Itália pela frente. Vai ser um jogo muito, muito duro. Temos de jogar o nosso melhor.
Por Daniel Bortoletto, em Paris