Jogadores brasileiros que vivem na Itália atuam no Campeonato Italiano 2019/2020 vivem o drama da epidemia do Coronavírus e da quarentena imposta pelo governo do país, na última terça-feira, para tentar conter o avanço da doença na região. A competição está suspensa até o dia 3 de abril, assim como todos os eventos esportivos no país, shows, eventos religiosos e qualquer outra situação que envolva aglomeração de pessoas. Escolas e universidades também ficarão fechadas até essa data. O cenário é desolador. Um dos países de maior circulação de turistas no mundo vive uma situação inimaginável, com vias, avenidas, praças e restaurantes desertos, e quase nenhum movimento de pessoas nas ruas.
– Depois que cancelaram nosso jogo no domingo, contra o Scandicci, três horas antes, folgamos na segunda-feira o dia todo e na terça pela manhã. Na terça à noite, nos encontramos no ginásio para conversar e fazer um treinamento físico. E hoje, quarta-feira, recebemos a notificação de que os treinos foram suspensos até 15 de março. A cidade está vazia, todos preocupados com essa epidemia do COVID-19, procurando permanecer em casa e fazendo a higiene como é indicado – contou , ao Web Vôlei, a ponteira Régis, ex-Sesc RJ, que atua no Perugia, ao lado da também brasileira Rosamaria.
A Itália é o lugar com mais casos confirmados da doença fora da China, epicentro da epidemia – hoje oficialmente considerada “pandemia” pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Já são 10.149 notificações oficiais, com 631 mortes no país europeu. Na China, são 80.879 casos e 3.023 óbitos, de acordo com o último boletim divulgado pela OMS.
Na segunda-feira, o governo italiano anunciou as medidas drásticas para a contenção do coronavírus, ampliando a quarentena que antes se restringia apenas às regiões do norte para todo o país. Desde terça, ninguém pode deixar a própria cidade sem comprovar motivo urgente (médico ou trabalho). Quem descumprir as quarentena pode pagar multa de 206 euros, além de ser preso.
Régis conta que a situação preocupa, mas na sua região ainda não se vê o pânico instaurado em outros pontos do país.
– Não chega a ser um medo, mas preocupa, porque estou num pais em que o COVID-19 está se expandindo cada vez mais e acaba que os cuidados se multiplicam. Mas, agora com a pauta dos treinos, é permanecer em casa, sair só se necessário e manter os cuidados – completa a ponteira.
Com o calendário apertado, a Federação Italiana de Vôlei não descarta a possibilidade de encerrar a fase classificatória com a tabela como está atualmente, indo direto para os playoffs, sem a realização dos últimos jogos do returno. Se isso for confirmado, o Perugia, penúltimo colocado na classificação, não chegaria nem a disputar as quartas de final, pois estaria rebaixado. Veja aqui a classificação do Campeonato Italiano Feminino.
