Nesta terça-feira foram conhecidas as equipes semifinalistas do Campeonato Mundial feminino 2022. Pela primeira vez na história da competição dois países estão sediando os jogos: Holanda e Polônia. Os jogos em terras holandesas promoviam confrontos dos Grupos A e D, com Brasil e Itália se sobressaindo sobre os demais adversários e conquistando as vagas entre as quatro melhores. Na outra sede, as expectativas também foram alcançadas com a classificação de Estados Unidos e Sérvia, confirmando o favoritismo.
Para chegar à grande final em Apeldoorn (HOL) e enfrentar a Seleção Brasileira ou a Itália, americanas e sérvias novamente se colocam em rota de colisão. Nos últimos anos, as duas seleções vêm se encontrando em importantes confrontos nas competições mais expressivas do vôlei mundial, caso das Olimpíadas de Tóquio em 2021, quando os Estados Unidos levaram a melhor em sets diretos e mais tarde conquistaram o ouro. Mais recentemente, a Sérvia surpreendeu ao eliminar as adversárias na VNL de 2022, mesmo estando sem Boskovic. Para colocar ainda mais fogo no confronto, na atual edição do Mundial, as comandadas de Daniele Santarelli, desta vez com Boskovic, passearam em quadra contra as americanas. No jogo válido ainda pela primeira fase, a Sérvia dominou, se consolidou e, até aqui, se mantém como a única equipe invicta da competição.
Projetando o confronto que garantirá a vaga na finalíssima, a grande incógnita das duas equipes na competição vem sendo a recepção. A chave está no equilíbrio para as levantadoras trabalharem suas melhores opções. A linha de passe da Sérvia tem em média 21% de recepções excelentes, cedendo 31 aces (0,9 por set). Por outro lado, as americanas estão mostrando uma maior fragilidade no fundamento e isso reflete nas estatísticas com média de apenas 14% de recepções perfeitas com 22 aces cedidos (0,6/set).
No duelo do saque, apesar de errar mais, as americanas conseguiram somar 64 aces, contra 38 das adversárias. No desempenho de bloqueio, a Sérvia apresenta ligeira vantagem: 95 bloqueios bem-sucedidos, contra 88 da seleção de Kiraly. Certamente, na fase de ataque a Sérvia procura bastante sua principal figura: Boskovic. Ela é procurada em quase 40% dos ataques e com 54% de aproveitamento no ataque é a oposta que mais se destaca no fundamento. Para efeito de comparação, Drews, a oposta americana, tem média de 38% nos ataques. E é por aqui que está uma das diferenças mais gritantes entre as duas equipes. As americanas buscam apoiar seu jogo nas ponteiras Frantti e Robinson (Cook) que se aproximam dos 45% de aproveitamento no ataque assim como a dupla Busa e Mihajlovic, pelo lado da Sérvia.
Para efeito estatístico não é possível mensurar o fator emocional. Mas os números de erros podem ajudar nesse quesito: os Estados Unidos fazem uma campanha bastante irregular com média de 20,4 erros por jogo contra 19,2 das sérvias. Como você poder ver, as duas equipes fazem campanhas parecidas, portanto o confronto promete bastante equilíbrio, com expectativa de Boskovic somando muitos pontos e as americanas buscando a sua reafirmação na competição. A semifinal entre as duas equipes, buscando vaga na final, está marcada para esta quarta-feira (12/10) às 15h30 (horário de Brasília), com transmissão pelo Sportv2, pela plataforma de streaming da FIVB e no Web Vôlei, no YouTube e na Twitch, sem imagens.
Por Robson Leal, em colaboração ao Web Vôlei