A classificação de Evandro e Arthur Lanci para as quartas de final dos Jogos Olímpicos de Paris foi mais uma demonstração da união entre os atletas, que representam diferentes gerações. O carioca, de 34 anos, brincou sobre a ajuda do paranaense, de 28, na vitória sobre os holandeses Van de Velde/Immers, por 2 a 0, com duplo 21-16. Eles vão enfrentar os suecos Ahman e Hellvig, líderes do ranking mundial, nesta terça-feira (6/8), às 13h (de Brasília), em busca de uma vaga na semifinal.
– Se tiver que dar de 21 a 10, a gente vai ganhar, com todo respeito ao adversário, a gente só quer ganhar um jogo. A gente tá ali dentro daquela quadra pra ganhar, pra se divertir, cara. Quando a gente lutou tanto pra estar aqui, ninguém viu o nosso perrengue lá atrás. Então, cara, vamos se divertir aqui, vamos ser felizes. Mas só que é entrar ali dentro de quadro e jogar voleibol, fazer o que a gente ama. NEssa levexa vem dando certo, o estudo da comissão técnica também, e o que esse moleque vem fazendo em quadra, carregando o velhinho dele,
Arthur também enalteceu o companheiro e lembrou da confiança que tem recebido de Evandro, em especial no saque.
– Como eu tenho o melhor sacador do mundo do meu lado, às vezes eu não pensava que eu não precisava forçar tanto o meu saque, porque esse é um papel mais dele. Mas eu treino muito o meu saque viagem. Por mais que eu não use às vezes, por falta de confiança mesmo, ele tem me dando essa confiança – disse Arthur.
O público pôde presenciar um esforço grande da dupla, ainda mais depois de abrir vantagem, para manter a liderança. Evandro conta que não houve nenhum momento em que eles se permitiram relaxar durante a partida.
– No primeiro set eu fiz uma sequência de saque, a defesa do Arthur funcionou, a nossa virada de bola, acho que tivemos cinco erros de virada de bola durante os dois sets. E acelerando o nosso jogo cada vez mais, em nenhum momento vocês viram a gente um pouco relaxado, porque a gente abriu uma vantagem. A gente não é disso, muito pelo contrário – comemorou Evandro.
Arthur concorda que o desgaste foi muito grande, o foco é que seja realmente puxado, por se tratar de uma corrida para um pódio olímpico.
– Eu recebo muito jogo também e, às vezes, eu fico um pouquinho ali no desgaste. Mas hoje eu estou aqui na Olimpíada. A gente tem que deixar tudo dentro de quadra.