Após cinco meses de “separação” por conta da pandemia do coronavírus, Evandro e Bruno Schmidt, que formam uma das quatro duplas brasileiras classificadas para a disputa olímpica no vôlei de praia, em Tóquio-2021, estão de volta em busca do velho ritmo.
As atividades foram retomadas no final de julho, na praia do Leblon, no Rio de Janeiro (RJ), de maneira gradual, evitando lesões enquanto o corpo se readapta ao volume de treinamentos. Além dos trabalhos com bola, também estão na rotina as sessões de musculação e fisioterapia durante a semana, tudo para recuperar o ritmo visando a disputa dos torneios até Tóquio. Evandro explicou o momento da dupla e a importância do trabalho conjunto da comissão técnica.
– Estamos realizando quase uma segunda pré-temporada, um pouco menos intensa do que a realizada no início do ano, mas não menos importante. Foi uma parada de quatro meses e, mesmo realizando exercícios em casa, a intensidade e volume não eram os mesmos. Estamos voltando com cuidado para não termos nenhum problema de lesão. Voltar a poder fazer o que amo, estar perto da minha equipe, tudo isso é motivo de muita alegria. Temos um trabalho muito integrado entre a preparação física, técnico e fisioterapeuta, o que nos ajuda a voltar melhor fisicamente do que estávamos – disse.
A primeira competição oficial da dupla será no final de setembro, entre os dias 24 e 27, com a primeira etapa do Circuito Brasileiro Open de vôlei de praia. O torneio será realizado sem público, em formato de “bolha” dentro do Centro de Desenvolvimento de Voleibol (CDV), em Saquarema (RJ). Para Bruno Schmidt, trabalhar com uma agenda motiva ainda mais na retomada, especialmente após “zerar” as dores acumuladas na corrida olímpica.
– O fato de ter competições agendadas até o final do ano dá mais motivação aos atletas. Mostra que todos estão tentando fazer sua parte, atletas, confederação, para que nosso esporte siga vencedor. A pandemia foi terrível, ainda é, tirou a vida de muitas pessoas. Mas o período parado ao menos permitiu tratar lesões “chatas”. Meu joelho estava sempre incomodando, quando chegava a um momento importante na temporada, de colocar mais força, tinha que conviver com dor – disse Bruno, que completou.
– A temporada 2019 foi bastante difícil para mim. E quando você vai treinar e competir com dor, a cabeça não ajuda. Usei os quatro meses para focar bem no meu corpo. Atualmente, me sinto muito melhor do que em relação ao início do ano. Voltar sem dor é uma delícia. Também pude ficar bastante ao lado da minha família, somos muito caseiros. Ficar esse tempo todo junto foi bom. Sentir saudade do esporte foi muito bom, voltei com aquela vontade de treinar, de retomar a rotina do dia a dia de atleta – declarou.
A definição antecipada das quatro vagas do Brasil aos Jogos no vôlei de praia também permitiu que as duplas passassem pelo período da pandemia com menos incertezas, já que parcerias de outros países ainda aguardam a definição do calendário de competições do Circuito Mundial para a disputa da vaga. Evandro comentou a importância de manter o foco e a preparação forte visando a disputa em Tóquio, no próximo ano.
– Estamos classificados e isso dá mais tranquilidade. Em uma situação de incertezas, com torneios adiados, dá um pouco mais de calma para trabalhar e se programar. Mas temos que manter a nossa força de vontade diária, nosso compromisso de sempre trabalhar forte, isso é o mais importante. Treinar concentrados, com a cabeça firme e sempre buscando evoluir os aspectos do nosso jogo – destacou.
Além de Evandro e Bruno Schmidt, as outras duplas classificadas para Tóquio também retomaram os treinamentos em seus centros de treinamento. São eles Alison e Álvaro Filho (ES/PB), Ágatha e Duda (PR/SE) e Ana Patrícia/Rebecca (MG/CE). As duplas femininas disputam em setembro, antes da estreia no Circuito Brasileiro, o “King of the Court”, torneio exibição que acontece na Holanda, entre 9 e 12 de setembro.