A Federação Russa de Voleibol pediu desculpas à Federação Coreana pelo que a entidade asiática entendeu como gesto ofensivo por parte do assistente técnico da Seleção Russa Feminina, Sergio Busato, no último dia 4.
Isso, porque Busato comemorou a vitória, de virada, sobre as coreanas, por 3 sets a 2, em Kaliningrado, na Rússia – e a vaga para os Jogos de Tóquio-2020 – com um gesto que, pouca gente sabe, mas é considerado racista entre os asiáticos: o gesto de puxar os olhos lateralmente, numa alusão aos traços físicos orientais.
A Federação Coreana apresentou queixa formal junto à FIVB (Federação Internacional de Vôlei) e à Federação Russa. Os coreanos consideraram o ato “extremamente ofensivo”.
Busato, 53 anos, disse ter ficado “surpreso” e afirmou que a intenção não era ofender os coreanos, e sim fazer uma alusão à classificação para os Jogos do Japão de 2020. O assistente técnico está no voleibol russo desde 1999 e conquistou o ouro com o time masculino nos Jogos de Londres-2012, com a vitória sobre o Brasil.
“O treinador afirmou que estava apenas expressando alegria depois de ganhar uma passagem para as Olimpíadas e não tinha intenção de ofender ou desrespeitar a equipe coreana”, disse a entidade russa, que suspendeu o assistente técnico por dois jogos internacionais como penalidade.
FIVB
Enquanto isso, a Federação Internacional está realizando sua própria análise sobre a queixa para determinar se haverá punição. A FIVB disse ao jornal “The Korea Times” que o gesto de Busato não reflete seus valores.
“É importante ressaltar que a FIVB não aprova nenhum gesto culturalmente insensível, mesmo que não haja intenção de ofender”, disse a Federação Internacional. “A FIVB está empenhada em promover uma melhor compreensão e tolerância da rica diversidade cultural e étnica do esporte. A FIVB continuará a trabalhar incansavelmente com todas as suas federações para garantir que este trabalho seja refletido em toda a comunidade global de vôlei.”
“Estamos tentando confirmar se tal ato é punível pela FIVB”, disse um funcionário da Federação Coreana à agência sul-coreana Yonhap News. “Decidimos tomar essas medidas para garantir que algo assim não ocorra novamente”.