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Filha de craque do futebol é destaque nos Jogos da Juventude

Sob olhares de Washington Coração Valente, equipe de Catharina Cerqueira venceu o Acre na estreia dos Jogos da Juventude
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Catharina Cerqueira, camisa 9 da seleção feminina de vôlei de Sergipe nos Jogos da Juventude, em Ribeirão Preto (SP), pode ser um nome que passa despercebido à maioria dos amantes de esportes, mas se colocarmos o apelido ao lado, a situação já começa a mudar.

Catharina “Coraçãozinho Valente” é filha do ex-atacante e camisa 9 Washington “Coração Valente”, que brilhou no futebol brasileiro por Fluminense, São Paulo e Athletico Paranaense. Na estreia da seleção de Sergipe na terceira divisão da modalidade nos Jogos da Juventude, a ponteira teve a torcida do pai famoso, atual secretário executivo de esportes do Sergipe, nas arquibancadas do Ginásio da Universidade Estácio de Sá.

– Vou tentar acompanhar todos os esportes com atletas do Sergipe nessa segunda fase dos Jogos da Juventude. Coincidentemente, o primeiro evento era o jogo de vôlei da equipe feminina, que conta com minha filha no time. Eu brincava de vôlei antes de seguir para o futebol, que sempre foi minha paixão. A Catharina também é alta como eu e sempre foi apaixonada por vôlei – disse Washington, ao COB. 

A ponteira sergipana, que não gostou muito de sua atuação na vitória por 2 a 0 (25/13 e 25/13) sobre o Acre, contou que ter o pai na torcida gerou um sentimento dúbio nela.

– Ter meu pai na arquibancada dá mais motivação para jogar e fazer tudo certo, mas também coloca um pouco de pressão porque ele foi um grande atleta. Acho que eu poderia ter ido melhor no jogo, mas tentei dar meu melhor o tempo todo – conta Catharina, de apenas 16 anos.

O orgulhoso pai, que passou grande parte do jogo na arquibancada filmando o desempenho da filha, ressaltou importância do esporte na família “Coração Valente” e insistiu que não foi ele quem obrigou Catharina a seguir na prática do vôlei.

– Eu fico nervoso (com ela em quadra), nessa hora o coração não fica valente, não”, disse rindo Washington. “A ida dela para o esporte foi natural. Acho que foi mais pelo exemplo. Todos gostam de um esporte diferente. O menino é do futebol, a outra filha do beach tennis e ela, no vôlei. Nós sempre incentivamos que nossos filhos seguissem na prática de um esporte, que é muito importante para a vida, para a formação de cidadãos. Acredito que a educação e o esporte são transformadores – contou.

Washington teve sua trajetória marcada pela superação de problemas de saúde. Seis anos depois de ser diagnosticado com diabetes, um exame revelou que uma de suas artérias estava praticamente obstruída e que ele corria sério risco de sofrer um infarto. Submetido a cirurgias de cateterismo e angioplastia, foi aconselhado a abandonar o futebol. Em 2004, pouco menos de um ano após a cirurgia cardíaca, marcou 34 gols no Brasileirão e quebrou o recorde de gols marcados em uma única edição do campeonato.

Desde então, passou a comemorar seus gols batendo com a mão no peito, gesto que se tornou característico e lhe rendeu o apelido de Coração Valente. Catharina comemorou seus pontos mais com gritos do que com batidas no peito, mas sabe o que o pai representa.

– Eu vejo meu pai como uma grande inspiração como atleta, por ser muito guerreiro e focado quando jogava. Ele se superou várias vezes e, também por isso, adoro ser filha dele. Hoje eu uso a 9 por causa dele – contou.

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